quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS E A ARCA DA ALIANÇA, PARTE 12




Posted by Thoth3126
on 14/01/2018
Livro Os Cavaleiros Templários e a Arca da Aliança, de Graham Phillips, Editora Madras. Capítulo XII- O CÓDIGO DA EPIFANIA

Quando visitei a Igreja de Langley, fui acompanhado por Graham e Jodi Russell, um casal dos Estados Unidos. Graham, um compositor e cantor da banda de sucesso Air Supply, e eu, tínhamos nos conhecido havia alguns anos quando trabalhávamos juntos em um musical histórico para o teatro.
Desde então nos tornamos bons amigos, e tanto Graham como Jodi compartilhavam minha fascinação pelos mistérios da história. Eu havia lhes contado a respeito de minhas pesquisas em busca da Arca e que o vitral na Igreja de Langley, supostamente, guardava as pistas acerca do paradeiro das três pedras preciosas e de alguns outros artefatos misteriosos que Jacob Cove-Jones afirmava ter escondido…
“E a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva”. Livro do Apocalipse 11:19
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Livro Os Cavaleiros Templários e a Arca da Aliança, de Graham Phillips, Editora Madras – Capítulo XII – O Código da Epifania

12. O Código da Epifania

… Eu tinha que admitir que não fazia idéia se as pedras de fato eram três das Pedras de Fogo que, no passado, fizeram parte do conjunto do Peitoral do Julgamento bíblico, ou se a “descoberta de imensa importância” era, na realidade, a Arca da Aliança, mas eu lhes disse que o Sr. Baylis tinha certeza de que seu ancestral tinha, de fato, escondido alguns objetos, e que, provavelmente, ainda estavam ali para ser encontrados.
Langley é um vilarejo de Warwickshire coberto de folhagens que fica alguns quilômetros ao norte de Stratford-upon-Avon — um lugar pequenino sem uma única loja ou bar. A maioria das casas na área eram bastante recentes, e um dos únicos prédios antigos no vilarejo era a própria igreja, que acabou se mostrando ser uma pequena capela de apenas um salão, que fora construída no final do século XIX. Nós logo encontramos o que tínhamos ido analisar. No meio da parede sul ficava o vitral que o Sr. Baylis havia mencionado. Como na maioria das igrejas na Inglaterra, havia um livro guia que contava a história da construção, e ele confirmava que o vitral tinha sido desenhado pelo amigo artista de Jacob Cove-Jones, Bertram Lamplugh, em 1907, e doado à igreja. Era uma pequena janela com cerca de um metro de altura por sessenta centímetros de largura — muito menor do que eu imaginava.
Na verdade, não era nada parecido com o que esperava. Eu achava que o vitral teria uma ilustração de alguma cena do Antigo Testamento, talvez algo que incluísse a Arca ou o peitoral sagrado. Ao invés disso, mostrava uma cena da Natividade do Novo Testamento, com os três reis magos oferecendo seus presentes ao menino Jesus. De acordo com o livro guia, a janela era chamada de o Vitral da Epifania, porque Epifania é o nome do dia em que, segundo a tradição, acredita-se que os três reis magos visitaram o Cristo criança. A Epifania é até hoje celebrada por muitos cristãos no décimo segundo dia após o Natal, em 6 de janeiro. No entanto, nada disso parecia ter uma ligação com a Arca da Aliança ou as Pedras de Fogo.

O vitral encomendado por Jacob Cove-Jones ilustrando a Epifania na visita à Cristo dos Três Reis Magos.
“Você acha que as relíquias de Cove-Jones podem ter alguma relação com Jesus e não com o Antigo Testamento?” perguntou Jodi, enquanto examinávamos o vitral. “Talvez elas fossem os presentes dos reis magos.” De acordo com o relato do Novo Testamento mostrado no evangelho de São Mateus, uma estranha e NOVA estrela apareceu no céu no momento do nascimento de Jesus. Em algum lugar, no extremo leste da Judéia (Pérsia), três reis magos acreditaram que a estrela era um sinal de Deus para revelar o local do nascimento do Messias. Prepararam-se e viajaram na direção da estrela, até que chegaram em Belém. Lá, encontraram o estábulo onde Jesus nasceu, e cada um deles ofereceu um presente à criança: um deles levara ouro, um outro, olíbano (incenso religioso), e o outro lhe dera mirra (um óleo aromático precioso). O vitral, de fato, mostrava os reis magos com esses presentes.
No entanto, não parecia que tinham qualquer ligação com o que Jacob Cove-Jones afirmava ter achado. “Se as descobertas de Cove-Jones eram relíquias que ficavam guardadas na capela de Herdewyke, como ele dizia, elas teriam de ser relíquias do Antigo Testamento. Pelo menos, foi assim que estavam descritas no registro do Feet of Fines”, eu disse. “O Antigo Testamento foi escrito mais de quinhentos anos antes de Jesus nascer.” “Você acredita mesmo que o vitral possui um código?” perguntou Graham Russell. “O Sr. Baylis acha que sim”, eu disse. “Cove-Jones pagou para que esse trabalho fosse feito, e teria sido algo bastante simples para ele ter instruído que seu amigo artista incorporasse algumas imagens codificadas na obra, sem que ninguém soubesse do que se tratavam.”
“Mas se isso é verdade, você não acha que alguém já foi capaz de solucionar esse mistério? O vitral está aqui há quase um século”, disse Jodi. “O Sr. Baylis acha que não”, eu disse. “Alguns poucos descendentes de Cove-Jones tentaram decifrar essa coisa toda, mas desistiram sem obter nenhum sucesso. Pelo que sei, pouquíssimas pessoas, atualmente, já ouviram falar de Jacob Cove-Jones, e com certeza jamais souberam a respeito de suas supostas pistas no vitral”. “Talvez haja uma pista no nome do vitral”, sugeriu Graham. “O que significa a palavra epifania?” Eu não fazia a menor idéia, mas o livro guia dizia que ela vinha da palavra grega epiphaneia, que quer dizer “aparição”, referindo-se à miraculosa estrela que apareceu no céu para guiar os reis magos até Belém.
O vitral, certamente, mostrava a estrela na parte de cima do cenário, e próximo a ela havia um galo cacarejando. De acordo com a antiga tradição cristã, um galo empoleirado em cima do estábulo onde Cristo nasceu, cacarejou à meia noite, para revelar aos reis magos exatamente onde o menino Jesus poderia ser encontrado. Talvez, da mesma forma que a estrela e o galo levaram os reis magos até o menino Jesus, Cove-Jones tenha escolhido essas imagens para conduzir as pessoas até o lugar onde havia escondido suas supostas relíquias. Além do vitral, as únicas outras pistas do paradeiro das relíquias, ao que parecia, eram apresentadas nas três passagens da Bíblia que Cove-Jones havia escrito. Peguei a cópia que o Sr. Baylis tinha me dado e as li para os Russells.
Embora essas passagens não fizessem menção alguma à Arca da Aliança, elas se referiam às três pedras preciosas que Cove-Jones afirmava ter escondido. Uma delas falava da pedra ônix, a segunda, do berilo e a outra do jaspe. Seria possível que cada uma das passagens, de alguma forma, mencionasse o esconderijo de uma das pedras? Cove-Jones, ao que parecia, havia escondido cada um de seus artefatos em um lugar diferente na região onde morava; talvez essas passagens nos levassem a três de seus tesouros. “O Sr. Baylis achava que as três passagens da Bíblia só fariam algum sentido quando combinadas com as imagens do vitral”, eu disse. “E há três reis magos. Talvez cada um deles traga também uma pista que possa nos levar a cada uma das pedras preciosas”, disse Jodi. Na verdade, dois dos reis magos, literalmente, carregavam alguma coisa — seus presentes individuais de ouro e mirra. Sobre as caixas que traziam os
presentes havia uma imagem.
Em uma delas, havia o que parecia ser uma ponte; e na outra, havia uma igreja cercada por um muro e um portão grande. O presente do terceiro rei não mostrava um desenho. Em vez disso, ele olhava na direção de uma outra imagem estranha sobre a túnica de um de seus companheiros: uma roda d’água apoiada em uma árvore com uma coroa em cima dela e uma única letra B logo abaixo. Elas eram, sem dúvida, imagens discordantes que pareciam não ter ligação alguma com a cena da Natividade. Outras imagens diferentes que logo chamaram nossa atenção, eram a letra M, para onde o rei que segurava a caixa com a imagem da igreja olhava, e uma pomba empoleirada em um distribuidor de feno, que olhava na direção da roda d’água. “Acho que você está certa”, eu disse em resposta à pergunta de Jodi.

Uma ilustração artística do peitoral sacerdotal dos sacerdotes hebreus tirado das descrições bíblicas e as três pedras encontradas por Graham e Russell.
“Cada uma das passagens não apenas se refere a uma das pedras, como duas delas citam os presentes que os reis magos deram a Jesus. Talvez, se conseguirmos estabelecer uma correspondência adequada entre o mago e passagem certa, teremos três conjuntos completos de pistas, uma para cada localização.” Parecia lógico. Como uma das passagens mencionava o ouro e uma outra se referia à mirra; dois dos presentes dos reis magos, ficava claro qual passagem falava de que determinado rei mago. Não ficava totalmente evidente, porém, qual presente cada um dos homens trazia. Por sorte, no entanto, o livro guia da igreja pôde nos ajudar. De acordo com a antiga tradição dos cristãos, os três reis magos chamavam-se Melchior, Baltazar e Gaspar: Melchior trouxe o ouro, Baltazar trouxe a mirra e Gaspar trouxe o olíbano. O livro guia nos dizia quem era quem no vitral.
Se estávamos certos, a passagem que mencionava a mirra era correspondente às imagens associadas ao personagem de Baltazar — o homem que olhava em direção à imagem da roda d’água. Como essa passagem se referia ao berilo, então, junto com as imagens de Baltazar, ela poderia nos levar até o esconderijo da pedra de berilo. A passagem que falava do ouro combinava com as imagens associadas ao personagem de Gaspar — o homem que segurava a caixa com a imagem da ponte. Como essa passagem se referia à ônix, combinada às imagens de Gaspar, ela poderia nos levar ao esconderijo da pedra de ônix. Embora a terceira passagem não mencionasse o olíbano, ela tinha de estar relacionada com as imagens associadas ao personagem de Melchior — o homem com a caixa que tinha o desenho de uma igreja e de um portão — visto que ele era o único restante.
Sendo assim, a passagem bíblica final que se referia à pedra jaspe, junto com as imagens de Melchior, poderia nos levar ao esconderijo dessa pedra. Um problema, porém, permanecia: se essas eram, de fato, pistas, como poderiam nos levar até as relíquias escondidas de Cove-Jones? “Talvez Cove-Jones tenha encontrado esconderijos na área onde morava com pontos de referência que tivessem alguma ligação com essas imagens e com os versículos bíblicos de alguma maneira”, disse Graham depois de um tempo. A sugestão de Graham parecia lógica, e por isso, passamos alguns dias estudando os mapas da área e lendo a respeito da história de Warwickshire para determinar que possíveis pontos de referência, na verdade, existiam, quando o vitral foi instalado em 1907. Por fim, conseguimos encontrar algo que parecia se referir às imagens.
A figura de Baltazar olhava em direção à imagem da roda d’água, e havia um antigo moinho não muito distante da Igreja de Langley que ainda tinha uma roda d’água que era usada. Na realidade, encontramos um livro com uma fotografia da roda d’água que fora tirada exatamente um ano antes do mural ser feito, provando que ela já existia nos dias de Cove-Jones. Embora ainda houvesse uma série de antigos moinhos nos campos de Warwickshire, esse moinho em específico ficava localizado em uma estrada chamada Crowntree Lane (Travessa da Árvore da Coroa). Na imagem do vitral, a roda d’água ficava apoiada em uma árvore com uma coroa em cima dela. Certamente isso era coincidência demais.
Datado da Idade Média, o moinho fora usado durante séculos, até que foi transformado era ura bar restaurante na década de 1970. Hoje chamado de Moinho Saxon, ele fica cerca de três quilômetros a oeste da cidade do condado de Warwick. Do lado de fora, ele parecia estar do mesmo jeito que no tempo de Jacob Cove- Jones, e a roda d’água ainda podia ser usada nos dias de hoje. Quando Graham, Jodi e eu chegamos, já estava começando a escurecer, mas como era uma noite quente, pedimos algumas bebidas e nos sentamos no pátio iluminado com holofotes do lado de fora. Sentados de frente para o rio que passava ao lado do local, lemos novamente a passagem bíblica que Cove-Jones havia deixado como uma pista do lugar que deduzimos ser o esconderijo do berilo. Era o capítulo 2, versículos 12, 13 e 14, do livro das Canções de Salomão do Antigo Testamento: 
“Seus olhos são os olhos de pombas próximas aos rios de águas, lavadas com leite e dispostas no momento exato. Suas bochechas são como um leito de sabores, tão doces quanto flores: seu lábios como lírios, derramando a mirra de perfume doce. Suas mãos são como anéis de ouro adornadas com o berilo”. 
A cena à nossa frente somente ajudava na confirmação de que estávamos no lugar certo. Uma barragem ao lado do moinho o tempo todo fazia jorrar água, fazendo com que a superfície do rio ficasse branca como a neve com espuma e vapor por pelo menos três quilômetros correnteza abaixo. As palavras da passagem, “águas, lavadas com leite”, não podiam ser mais perfeitas. Mas, por mais que tentássemos, não imaginávamos por onde poderíamos começar nossa busca.
Tínhamos examinado todos os detalhes da roda d’água, mas nada na figura nos fazia ter novas sugestões. No entanto, uma pista que ainda tínhamos para ser considerada no Vitral da Epifania, era a letra B maiúscula, que havia logo abaixo da imagem da roda d’água, e Jodi sugeriu que procurássemos por alguma letra B que se destacasse. Talvez ela estivesse inscrita em algum lugar. Vasculhamos todo o Moinho Saxon mas não encontramos nada. Estava ficando tarde, o bar estava fechando, e estávamos quase encerrando nossas buscas naquele dia quando minha atenção, de repente, se voltou para uma pomba que sacudia-se nas calhas do teto do restaurante e voou por cima da ponte que passava pela barragem do outro lado do rio.

A minúscula capela da aldeia de Warwickshire Langley onde Jacob Cove-Jones instalou o vitral que aparentemente contém um código para levar ao tesouro dos Templários.
Ela não só me fez lembrar da pomba desenhada no vitral que olhava na direção da roda d’água, como também da primeira linha da passagem bíblica: “Seus olhos são como os olhos de pombas próximas aos rios de águas.” Talvez a referência da pomba fosse importante. Talvez houvesse algum pombal (uma estrutura construída especialmente para pombas e pombos poderem aninhar-se) na escuridão do outro lado do rio, onde Cove-Jones poderia ter escondido a pedra. Estava ainda claro o suficiente para enxergarmos com a ajuda da iluminação dos holofotes que brilhavam em cima do Moinho Saxon, por isso atravessamos a ponte até o outro lado.
Enquanto Graham Russell a eu procurávamos no meio da floresta escura tentando encontrar um pombal para onde a pomba podia ter voado, Jodi examinava um antigo muro que separava o caminho das águas correntes da barragem. Logo, algo chamou sua atenção. Uma das pedras mais altas do muro tinha uma letra B esculpida, com cerca de dez centímetros de altura. Ao ajoelhar-se para examinar a letra mais de perto, ela percebeu que abaixo da pedra havia uma fenda estreita, larga o suficiente para que conseguisse encaixar seu braço. Quando fez isso, com o braço do lado de dentro, quase até o cotovelo, sua mão tocou uma elevação pontiaguda, onde alcançou uma cantoneira estreita.
Sobre ela, sentiu algo arredondado e liso. Assim que conseguiu puxá-la para fora, ela nos chamou. Chegamos onde ela estava e encontramos Jodi sentada sobre o muro com um olhar de espanto em seu rosto. Em sua mão estava uma pequena pedra, que tinha o formato de metade de um ovo, com cerca de três quartos de uma polegada de comprimento, lapidada e polida de forma artificial, exatamente como uma pedra que podia ser colocada em um anel. “Não posso acreditar”, ela disse. “Estava bem ali naquela fenda.” Ao mesmo tempo que Graham se abaixou e colocou sua mão na rachadura para certificar de que não havia mais nada lá, eu examinei a pedra. Era uma rica pedra marrom granulosa. Tínhamos levado conosco um livro com ilustrações e fotos de todos os tipos de pedras preciosas, para o caso de encontrarmos alguma coisa.
Quando peguei o livro no carro, descobrimos que a pedra que Jodi havia achado combinava perfeitamente com a foto de um berilo — exatamente o que estávamos procurando. No dia seguinte, enviamos a pedra para que fosse examinada por um joalheiro, que nos disse que a jóia era de fato feita de berilo. Para nossa surpresa, parecia que tínhamos conseguido desvendar um dos códigos de Cove-Jones. Era muito pouco provável que alguma outra pessoa tivesse decidido colocar essa mesma pedra na fenda do muro, e logo abaixo de um lugar marcado com a letra B. Deve ter sido Jacob Cove-Jones quem a escondeu ali há quase cem anos.
Quando começamos a averiguar, descobrimos que o muro era da mesma época que o moinho, e portanto ele teria estado ali no tempo de Cove-Jones. Também acreditávamos que aquele era um excelente esconderijo. Era um lugar que muito provavelmente não seria alterado por muitos anos. O moinho, a barragem e o muro estavam ali por centenas de anos e iriam possivelmente permanecer ali por outros cem. Ninguém sequer teria prestado atenção naquela fenda, muito menos teria colocado o braço em seu interior para ver se existia alguma coisa lá dentro, a menos que estivesse, especificamente, procurando por algo.
O Sr. Baylis parecia estar certo com relação a seu ancestral ter escondido as pedras como afirmava. A pergunta na minha cabeça era se o pedra de berilo, de fato, pertencia ás relíquias do Antigo Testamento que, no passado, estavam guardadas na capela de Herdewyke. Ou seria, como o Sr. Baylis acreditava, qualquer jóia que Cove-Jones teria comprado? Infelizmente não havia uma forma de precisarmos a data da pedra, porque somente restos orgânicos podem ser testados com o radiocarbono. O máximo que o joalheiro pôde fazer, foi examiná-la por meio de um microscópio para determinar que não fora lapidada e polida por máquinas modernas. A pedra, ele nos disse, fora feita à mão, mas isso não provava muita coisa: havia diversos joalheiros na época de Cove-Jones que poderiam ter lapidado e polido a pedra daquela forma.
“Como foi que conseguimos encontrá-la em apenas alguns dias, sendo que os ancestrais de Cove-Jones passaram anos procurando por alguma coisa?” perguntou Jodi, após sairmos do joalheiro. Pessoalmente, não achava que houvesse algo de estranho naquilo, visto que, as últimas pessoas que sabemos que tentaram encontrar as pedras o tinham feito durante os primeiros anos do século XX, quando os mapas e os livros de referência, que haviam sido tão essenciais para nossa busca, eram raros, ou nem sequer existiam. Apesar de tudo, eu também achava aquilo estranho, mas decidi não pensar nos detalhes por um tempo. Havíamos encontrado uma das pedras e estávamos impacientes para ver se conseguiríamos achar as outras. Como as imagens do vitral associados ao personagem de Baltazar nos tinham levado a uma roda d’água, parecia lógico que os pontos de referência onde estariam as outras duas pedras estariam escondidos nas caixas nas mãos dos dois outros reis magos.


O problema com esses dois pontos de referência, porém, era que, diferente da roda d’água, havia centenas de antigas igrejas e pontes em Warwickshire. Por fim, no entanto, foi a ponte que acabou sendo a mais fácil de ser encontrada. A imagem na caixa de Gaspar mostrava uma ponte desenhada de forma especial, que parecia estar reforçada com vigas mestras. Sobre ela, estavam as palavras em latim Venite Adoremus, que são as primeiras palavras da canção natalina “O Come ll Ye Faithful”, e que se encaixava com a cena da Natividade. Entretanto, nada tem a ver com uma ponte na história do nascimento de Jesus, muito menos uma ponte reforçada com vigas mestras, um desenvolvimento da engenharia que só aconteceu durante a Revolução Industrial do final do século XVIII. O que isso estaria fazendo numa cena que mostrava o nascimento de Jesus há dois mil anos? Uma imagem tão incongruente devia ser tão relevante quanto uma roda d’água.
Ao pesquisarmos na biblioteca de Warwick, descobrimos que havia, na verdade, somente algumas pontes com essas vigas que haviam sido erguidas no tempo de Cove-Jones no condado de Warwickshire, e a que ficava mais próxima da Igreja de Langley estava cerca de cinco quilômetros ao sul do vilarejo. Era um aqueduto, conhecido como o Aqueduto Bearley, que conduzia o Canal de Stratfordupon- Avon por um rio e uma estrada de terra. Tendo sido construído em 1814, o aqueduto estava ali quando Jacob Cove-Jones era vivo. A passagem bíblica de Cove-Jones que citava o ouro (o presente de Gaspar para Jesus) e incluiu uma referência à pedra de ônix, parecia estar relacionada ao Aqueduto Bearley.
Era a passagem do Gênesis 2:10-12: “O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Haviláh, onde há ouro. E o ouro dessa terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra do ônix”. De acordo com a Bíblia, Haviláh era uma terra que ficava ao lado do Jardim do Éden, rica em bdélio, uma espécie de gimnospermas muito cara, e onde pedras de ouro e de puro ônix podiam ser encontradas. Pisom era um lugar em Haviláh de onde diziam que quatro rios fluíam em diferentes direções. O Aqueduto Bearley conduzia o canal sobre um rio, criando uma vista da qual, de todas as formas, os caminhos das águas se dispersavam em quatro direções distintas. Na verdade, aquele era o único lugar, por muitas milhas, onde isso acontecia de fato.
Quando nós três chegamos no Aqueduto Bearley, era um dia glorioso de verão e as flores amarelas que cobriam os campos adjacentes brilhavam como ouro em meio ao brilho do sol do meio-dia. A ponte do aqueduto era apoiada por altas torres de tijolos vermelhos que se erguiam dos dois lados da estrada, e ao lado de uma delas havia um caminho escarpado que conduzia até o canal. Enquanto Graham subiu pelo caminho até o aqueduto, Jodi e eu vasculhamos as margens da estrada e do rio tentando encontrar alguma coisa onde uma pedra de ônix poderia estar escondida.
A princípio, não fazíamos a menor ideia do que estávamos procurando, até que Jodi sugeriu que pudéssemos encontrar uma outra letra esculpida em algum lugar. Assim como as pistas que nos levaram à pedra de berilo estavam associadas ao primeiro rei mago, Baltazar, e a letra B estava envolvida, talvez devêssemos esperar encontrar uma letra G, de Gaspar. Na verdade, havia uma letra G maiúscula na borda do vitral acima da cabeça do personagem. Procuramos por toda a área mas não encontramos nada sobre o qual algo pudesse ter sido esculpido. No Aqueduto, Graham também não estava com sorte. Sem saber para onde ir, decidi examinar os postes que sustentavam a ponte.
Obviamente, eles já estavam ali na época de Jacob Cove-Jones, mas como eram tijolos comuns de construção, não achei por um só minuto que algo fosse estar escondido ali. No entanto, foi onde tive uma surpresa. Depois de alguns minutos procurando pelos tijolos dos postes de sustentação entre o rio e a estrada, encontrei um que tinha uma letra G esculpida. Na verdade, o tijolo parecia que estava no lugar de um mais antigo, porque era visivelmente menor e mais escuro que os demais. Chamei os outros e comecei a arranhar o cimento com meu canivete. Depois de alguns minutos, consegui abrir um vão grande o suficiente para ver que havia de fato um recesso estreito aliás do cimento. Do lado de dentro, vi que havia alguma coisa.
Consegui introduzir meu dedo no local e toquei em uma superfície lisa, e quando consegui tirá-la, pudemos ver que era uma outra pedra, do mesmo tamanho e formato que a primeira, embora fosse de cor verde escura. Esperávamos encontrar a pedra ônix, e quando a comparamos com a fotografia no livro de pedras preciosas, vimos que estávamos certos. Quando, mais tarde, conversamos com o joalheiro, ele confirmou que aquela era, de fato, uma ônix. Eu estava tão perplexo quanto Jodi havia se sentido quando encontrou a pedra de berilo! A jóia não teria, de forma alguma, ter ido parar naquele lugar por mero acaso. Aquela tinha de ser a segunda pedra de Cove-Jones.


Por algum tempo ficamos sentados sobre as margens do rio embaixo do aqueduto, conversando sobre nossas descobertas. Tinha de admitir que Jacob Cove-Jones havia sido muito esperto. Os dois esconderijos eram ideais para algo que precisava ser mantido escondido por muitos anos. O aqueduto já estava naquele lugar por quase um século na época em que o vitral foi instalado, e provavelmente, continuaria ali por outros cem. Assim como o esconderijo do berilo, dificilmente alguém tocaria na construção de tijolos do aqueduto, a menos que estivessem, especificamente, procurando algo. Além disso, as duas pedras estavam em lugares onde ninguém teria acesso se conseguissem solucionar o mistério de suas pistas.
Uma estrada passava bem ao lado das vigas, e uma trilha pública levava as pessoas da ponte até o muro da barragem do Moinho Saxon. Cove-Jones devia ter uma imaginação e tanto, isso para não falarmos de sua paciência, para encontrar as passagens da Bíblia que, não apenas mencionavam cada uma das pedras por seus nomes e fazia referência aos presentes dos reis magos, mas também foi capaz de usá-las como uma forma de codificação para descrever os esconderijos que escolheu. Isso, somado aos gastos e esforços investidos na construção do vitral da Igreja de Langley, me fizeram, seriamente, questionar se Cove-Jones teria mesmo tramado essa caça ao tesouro apenas com o intuito de zombar das autoridades do museu, como o Sr. Baylis imaginava. Eu estava começando a acreditar que Jacob Cove-Jones, de fato, havia encontrado os artefatos, como ele afirmava, depois de conseguir desvendar as pistas nos murais da Igreja de Burton Dassett.
Se fosse verdade, isso significava que os Templários de Herdewyke deveriam tê-los escondido e que estariam, provavelmente, entre as relíquias guardadas na capela da preceptoria. Enquanto dirigíamos pelos campos de Warwickshire naquela tarde, olhei para as duas jóias na minha mão. Seria possível que fossem duas das Pedras de Fogo que os antigos israelitas haviam colocado sobre o Peitoral do Julgamento — duas das antigas pedras preciosas por meio das quais diziam que Moisés e seus sucessores tinham controle sobre o incrível poder da Arca? Havia ainda uma pedra para ser encontrada — a pedra de jaspe.
A passagem bíblica de Cove-Jones, relacionada ao esconderijo dessa jóia, era a do Apocalipse 21:11-13: E havia a glória de Deus: e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente; E havia um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos. Do lado do levante havia três portas; do lado do norte, três portas; do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. O último rei mago no Vitral da Epifania, Melchior, segurava uma caixa que tinha o desenho na forma de uma igreja com um muro ao seu redor e um portão grandioso. Escrito na caixa estavam as palavras Benedicte Omnia. Como essa frase apenas servia como uma forma de louvor e estava relacionada ao tema da Natividade, duvidamos que pudesse ser importante em nossa busca.
No entanto, a imagem da igreja e do portão, sem dúvida, pareciam ser relevantes. A passagem da Bíblia mencionava um muro com doze portas, por isso chegamos à conclusão de que deveríamos procurar por uma igreja cercada por doze portas. Não poderia haver muitas igrejas em Warwickshire com tantas portas, e por isso, inicialmente, achamos que seria fácil localizar aquela que Cove-Jones escolhera. Entretanto, apesar de termos lido dezenas de livros, surfado na internet e estudado detalhes em diversos mapas, não fomos capazes de encontrar o lugar exato. Por fim, decidimos que havia apenas uma coisa a ser feita, que era darmos uma volta pelo condado e visitarmos todas as igrejas. Isso teria levado anos. Quase 1.500 igrejas anglicanas pontilhavam a região na época de Cove-Jones, além das centenas de capelas católicas romanas e, só Deus saberia dizer quantas capelas batistas e metodistas.
Contudo, decidimos passear pelas estradas do interior de Warwickshire, na maior área possível próxima à Igreja de Langley, na esperança de podermos encontrar algo que parecesse estar relacionado às imagens do vitral ou à passagem bíblica. “Não consigo deixar de acreditar que a estrela seja uma indicação importante”, disse Graham enquanto passávamos diante de fazendas, currais e pequenas casas de lavradores. Graham tinha sua razão; a estrela era uma imagem que se destacava bem acima do Vitral da Epifania. “É possível”, eu disse. “Uma estrela foi o que levou os reis magos até o menino Jesus.” . “Talvez tenhamos de seguir na direção de uma estrela específica”, sugeriu Jodi. “Qual foi a estrela que os reis magos seguiram?” “Não acredito que alguém tenha essa resposta. Mesmo se tivessem, as posições das estrelas mudam o tempo todo”, eu disse.
“E se procurássemos uma estrela em uma igreja?” disse Graham. A maioria das igrejas antigas tem um cata-vento no topo de suas torres, e era possível que um deles estivesse decorado com uma estrela, e assim, dirigimos mais um tempo na esperança de encontrarmos uma, mas sem sucesso. Parávamos e perguntávamos para diversas pessoas mas ninguém sabia de nenhuma igreja com essas características. Estávamos a ponto de desistir quando Graham parou o carro de súbito em um cruzamento para dar passagem para outro veículo De repente, o som de um galo cacarejando, sobre uma gaiola pela janela do carro, fez meu corpo balançar. Jodi e eu rimos do incidente, mas Graham estacionou o carro no acostamento e pegou um livro guia no porta-luvas. “O que houve?” eu perguntei.
“Aquele galo cacarejando me fez lembrar de que havia um galo no Vitral da Epifania, ao lado da estrela”, ele disse. “Talvez estejamos procurando por um galo e não uma estrela. Talvez haja um bar por aqui chamado o Galo”, ele disse. Graham podia estar certo. Muitos antigos bares ingleses, ou pubs, como são conhecidos, têm nomes associados a animais, como por exemplo o Touro, a Cabeça do Carneiro ou o Cavalo Negro. Poderia muito bem existir um lugar chamado o Galo, o Frango ou algo parecido. No entanto, enquanto eu e Graham procurávamos por alguma coisa no livro guia, Jodi, de repente, soltou um suspiro de excitação. “Ah meu Deus”, ela disse, “Olhem!”
Bem ao lado da janela do carro havia uma placa pintada com o nome de uma das estradas que chegava no cruzamento — Star Lane (Estrada da Estrela). Será que essa era a estrela que estávamos procurando? O Moinho Saxon ficava na Crowntree Lane (Estrada da Árvore da Coroa) e a imagem da árvore com a coroa estava relacionada a ela. Será que a Estrada da Estrela poderia nos levar até uma igreja com doze portas? Seguimos pela estrada por quase dois quilômetros e chegamos em uma estrada principal, e lá, na montanha à nossa frente, havia uma igreja em um vilarejo chamado Claverdon. Quando vimos o nome da igreja — São Miguel e Todos os Anjos — sabíamos que estávamos na pista certa. A passagem bíblica citava doze anjos que protegiam as doze portas.
Assim que entramos na igreja, não restava mais dúvidas de que tínhamos encontrado o local que estávamos procurando. Uma senhora idosa que cuidava das flores nos disse que a igreja do século XVI foi, de fato, cercada por doze portões até a década de 1950, quando alguns deles foram retirados. Ao que parecia, eles davam saída para várias direções: para a casa paroquial, o cemitério e as estradas e trilhas que convergiam naquele lugar central do vilarejo. Além disso, ela nos disse que os portões, no passado, tinham os nomes de doze diferentes anjos. A passagem bíblica dizia: “nas portas, doze anjos”. A passagem fazia referência aos portões e ao muro, e no Vitral da Epifania, o desenho na caixa de Melchior mostrava um portão que dava de frente para a parede de uma igreja.
A pedra de berilo fora escondida em um muro, e sua localização indicada com a letra B. A pedra de ônix estava escondida em uma parede, e sua localização indicada com a letra G. Melchior havia sido desenhado de joelhos diante da Virgem Maria e do menino Jesus, mas ele olhava além deles, em direção a uma letra M maiúscula desenhada sobre o contorno da margem da janela Não tínhamos dúvida da de que estávamos procurando por uma parede ao lado de um portão, com um tijolo ou uma pedra com a letra M esculpida sobre ela. Saímos todos em direções diferentes para examinar os portões que ainda existiam. Mas, enquanto olhava o segundo portão, ouvi a voz de Graham chamando-nos do outro lado do pátio. Ele havia encontrado o que estávamos procurando.

Jodi Russell examina o arco vitoriano de tijolos vermelhos ao lado da estrada, em Chapel Green.
Escondido atrás de uma grama alta ao fundo de um muro baixo, bem ao lado de um dos portões em um dos cantos do cemitério, havia um tijolo com a letra M. A pedra logo abaixo dela tinha uma cor mais escura do que as demais, e quando a retiramos dali, encontramos um estreito recesso na parte de trás. Em seu interior estava a terceira jóia, exatamente do mesmo tamanho e formato que as outras. No entanto, essa pedra era mesclada com diversos tons de vermelho. No dia seguinte, quando a mandamos para ser examinada, o joalheiro novamente confirmou o que suspeitávamos — era, de fato, uma pedra de jaspe.
Mais uma vez, ao que parecia, Cove-Jones havia escolhido um esconderijo bastante inteligente. Era um local ideal para esconder algo que precisasse permanecer escondido por muitos anos. A igreja estava lá há séculos e, provavelmente, continuaria ali por muito mais tempo. Além disso, o portão onde a pedra foi encontrada ficava em uma terra irrestrita, visto que um caminho público passava por ali. Finalmente, era muito pouco provável que alguém mexesse nos tijolos, a menos que estivessem, especificamente, buscando alguma coisa. Na noite seguinte, já com as três pedras, voltamos para o Moinho Saxon e nos sentamos no pátio ao lado do rio, discutindo tudo o que tínhamos descoberto até aquele momento.
Sem dúvida, estávamos com as pedras escondidas por Jacob Cove- Jones em 1907, mas, será que eram, de fato, três das Pedras de Fogo da Bíblia? Cove-Jones afirmava tê-las encontrado depois de decifrar os murais do século XIV na Igreja de Burton Dassett. Eu podia estar enganado, mas me parecia pouco provável que ele tivesse tido todo aquele trabalho de esconder as pedras, desenvolvendo uma série elaborada de pistas, além de pagar caro para ter o vitral pintado e instalado na Igreja de Langley, se , não acreditasse que eram genuínas. Os Templários de Herdewyke devem ter deixado os murais na Igreja de Burton Dassett por causa da data em que foram pintados, e há registros de que os mesmos Templários possuíam o que acreditamos ter sido relíquias do Antigo Testamento.
Esses mesmos Templários ocuparam o Vale de Edom no mesmo período em que os Cruzados, ao que tudo indica, encontraram “pedras preciosas” e um “baú dourado” em Jebel Madhbah, e parece que essa montanha foi onde Jeremias escondera a Arca e talvez as Pedras de Fogo. Era, de fato, possível que as jóias que havíamos encontrado fossem três dessas mesmas pedras. “Se essas são três Pedras de Fogo, imaginamos que elas, supostamente, possuem propriedades extraordinárias”, eu disse. “Bem, nada de extraordinário aconteceu até agora”, disse Jodi, examinando as pedras preciosas de aparência comum em sua mão. “Eu não sei”, disse Granam, olhando em direção às águas espumantes ao lado do moinho. “Talvez elas tenham feito alguma coisa”. Jodi e eu trocamos olhares confusos. “Parece estranho o fato de que tenhamos encontrado todas as três pedras tão rapidamente, quando a família de Cove-Jones não encontrou uma sequer”, disse Graham.
“Sim, mas nós tivemos a ajuda de mapas, livros e da internet que não existiam antes”, eu disse. “Você não entendeu o que estou querendo dizer”, disse Graham. “Eu não acredito que teríamos conseguido encontrá-las sem a ajuda de algumas estranhas coincidências. Se o galo não tivesse cacarejado naquele cruzamento, jamais teríamos encontrado a igreja. Não sei o que o galo na janela daquele carro significava, mas aquilo não era uma das pistas de Cove-Jones que nos levaria até a pedra de jaspe. Cove-Jones pode ter sido um homem muito esperto, mas ele não tinha como fazer um galo cacarejar exatamente no momento em que estaríamos seguindo suas pistas cem anos depois de sua morte.”


“Foi apenas uma coincidência”, eu disse. “Você acha que sim. Mas, e a pomba?” perguntou Graham. Eu percebi o que Graham estava querendo dizer, e de repente, entendi por que ele achava que havia algo de estranho com relação à forma como havíamos achado a primeira pedra. Havia uma pomba no Vitral da Epifania, e as pombas eram mencionadas na passagem bíblica, mas os dois acontecimentos nada tinham a ver com as pistas. Quando estávamos fazendo nossa busca pelo Moinho Saxon, jamais teríamos pensado em procurar do outro lado do rio se não tivéssemos decidido checar se havia um pombal no lugar. Não havia nenhum pombal no Moinho.
Se não fosse pela pomba que voou para o outro lado da barragem, talvez jamais tivéssemos ido até lá para encontrarmos o esconderijo da pedra. Cove-Jones não poderia ter treinado uma pomba para que ficasse empoleirada sobre os abrigos do moinho por cem anos esperando para que pudesse levantar vôo no momento exato. “O galo — talvez uma coincidência”, disse Graham. “Mas, um outro pássaro ajudando-nos a encontrar uma das outras pedras — não tenho tanta certeza.”

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Posted by Thoth3126 on 14/01/2018

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