quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

CRÔNICA PARA PANDORA

Pandora nos dias atuais...
Caía uma tarde meio suja. Sem sol. Céu borrado. Frio de verão... Como quem se esconde meio envergonhado, o Ano Velho parece fugir... devagar... desenxavido... como aquele visitante incômodo que se vai, esquecendo um velho chapéu roto e sujo sobre o balcão dos fundos...
Sai pela porta de trás... trôpego... rasgado... malcheiroso... rescendendo ao indesejável... irrecomendável... amaldiçoado por muitos... por outros, nem tanto...
Por sua vez, o Novo não deseja vir... incerto... inseguro de seu destino... escondido nas trevas do que não é... não quer ser... cheio de medos e insegurança...
Uma profunda saudade... o ano terminava... corria-se feliz... pouco se tinha... ganhava-se, por vezes, nada... um frango no almoço... uma fruta do pomar... um bolo caseiro... porém... o ar e o céu estavam repletos de esperanças e luzes...
O Ano Novo entrava luminoso... tudo recomeçava... o calor e o sol enchiam os dias e a lua passeava segura sobre as noites calmas e cálidas... e no ar havia odores de confianças fortes... luzes que apontavam para o futuro... procurava-se, na grama, um trevo de quatro folhas... um gafanhoto verde... um grilo falante... muitas meninas, um sapo colorido...
Que não desaprendamos a ter esperanças... Pandora deixou novamente cair sua caixinha repleta de males... mas, bem lá no fundo, ficou, como sempre, a esperança de que um dia, num horizonte próximo, havemos todos de redimir-nos... COM ABSOLUTA CERTEZA...

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