sábado, 25 de junho de 2016

IMENSOS DESAFIOS ESPREITAM A COMUNIDADE HUMANA EM BREVE

Grandes mudanças e desafios à frente da humanidade…
Posted by Thoth3126 on 25/06/2016
O início da grande mudança do mundo atual já começou:
O ataque dos Anglo-Saxões contra a Rússia toma a forma de uma guerra financeira e econômica. Entretanto, Moscou prepara-se para as hostilidades armadas desenvolvendo a auto-suficiência da sua agricultura e multiplicando as suas alianças para o enfrentamento com a OTAN.
Para Thierry Meyssan, após a criação do califado do Levante-EI-Estado Islâmico, no norte do Iraque, Washington deverá jogar uma nova cartada em 2015.

“DESPERTA, TU QUE DORMES, e levanta-te dentre os MORTOS (INCONSCIENTES), e CRISTO te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como NÉSCIOS, mas como SÁBIOS” Efésios 5:14,15
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch

A ESTRATÉGIA RUSSA FACE AO IMPERIALISMO ANGLO-SAXÔNICO (América do Norte, Reino Unido, ISRAEL e Europa)
Thierry Meyssan – Rede Voltaire | Damasco (Síria)
A capacidade da Rússia em preservar a sua estabilidade política interna determinará, então, a sequência dos novos acontecimentos que se precipitarão inevitavelmente. A ofensiva conduzida pelos Anglos-Saxões (Estados Unidos, Reino Unido, Europa e Israel) para dominar o mundo prossegue sobre dois eixos simultâneos: quer, por um lado, a criação do «Oriente Médio Expandido» (Greater Middle East), atacando simultaneamente o Iraque, a Síria, o Líbano e a Palestina, como, por outro, o afastamento da Rússia da União Europeia, através da crise que eles montaram na Ucrânia, bem no coração da Europa do Leste.
Nesta corrida acelerada, parece que Washington quer impôr o dólar como moeda única no mercado de energia, no fornecimento de gás, a fonte de energia do século XXI, do mesmo modo que a impuseram sobre o mercado do petróleo [1].
A mídia ocidental (controlada pela elite anglo-saxônica) quase que não dão importância a guerra em Donbass, na Ucrânia e à sua população ignora a amplitude dos combates, a presença dos militares dos EUA, o número das vítimas civis, a leva dos refugiados. Os média ocidentais focam pelo contrário, com detalhe, os acontecimentos no deserto do Magreb (Líbia) e no Levante (Iraque), mas apresentando-os seja como resultantes de uma pretensa «primavera árabe» (quer dizer, na prática, de uma tomada de poder pelos Irmãos muçulmanos), seja como o efeito destrutivo de uma civilização violenta em si mesma. Mais do que nunca, seria necessário vir em socorro de árabes incapazes de viver, pacificamente, na ausência dos colonizadores ocidentais (EUA-OTAN).
A Rússia é atualmente a principal potência capaz de conduzir a Resistência ao imperialismo anglo-saxônico. Ela dispõe de três ferramentas: os BRICS, uma aliança de rivais econômicos que sabem não poder crescer senão cooperando uns com outros, a Organização de Cooperação de Xangai, uma aliança estratégica com a China para estabilizar a Ásia Central, e por fim a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC-ndT), uma aliança militar dos antigos Estados soviéticos.
Na Reunião de Cúpula realizada em Fortaleza (Brasil), que se desenrolou em julho do ano passado, os países integrantes dos BRICS deram um passo em frente anunciando a criação de um Fundo de reserva monetária (principalmente em moeda chinesa) e de um Banco de Investimentos exclusivo dos BRICS, como alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco mundial, portanto ao sistema controlado pelos anglo-saxões através do dólar norte americano[2].
Antes mesmo deste anúncio, já os Anglo-Saxões haviam posto em ação a sua resposta: a transformação e elevação de status da rede terrorista Al-Qaeda num califado, afim de preparar e precipitar os conflitos entre todas as populações muçulmanas internas da Rússia e da China [3]. Eles prosseguiram a sua ofensiva na Síria e transbordaram-na quer para o Iraque, quer depois para o Líbano. Falharam, por outro lado, no expulsar de uma parte dos Palestinos para o Egito e na desestabilização mais profundamente ainda da região. Por fim, eles mantiveram-se afastados do IRÃ, para dar ao presidente Hassan Rohani a chance de enfraquecer a corrente anti-imperialista dos khomeinistas.
Dois dias após o anúncio dos BRICS, na cúpula realizada no Brasil, os Estados Unidos acusaram a Rússia de ter destruído o vôo MH17 da Malaysia Airlines quando sobrevoava a região de Donbass (não antes do avião ter sido desviado cerca de 200 km de sua rota ORIGINAL, quando entrou no espaço aéreo ucraniano), matando 298 pessoas. Sobre esta base, puramente arbitrária, impuseram aos países europeus a entrada em guerra de sanções econômicas contra a Rússia. Assumindo-se como um tribunal o Conselho da União europeia julgou e condenou a Rússia, sem a menor prova e sem lhe dar a oportunidade de se defender. O conselho europeu promulgou «sanções» contra o sistema financeiro da Rússia.
Consciente de que os atuais dirigentes europeus não trabalham pelos interesses dos seus povos, mas sim pelos interesses da elite dos Anglo-Saxões, a Rússia mordeu o seu freio e controlou-se, até à presente data, de entrar em guerra na Ucrânia. Ela apoia com armas e com informação os insurgentes do leste, e acolhe mais de 500 mil refugiados, mas, abstêm-se de enviar tropas e de entrar na engrenagem da guerra, percebendo a armadilha criada pela elite anglo-saxônica. É provável que a Rússia não intervenha abertamente antes que a grande maioria dos ucranianos se revolte contra o presidente Petro Porochenko, mesmo que isso signifique não entrar no país senão após a queda da República popular de Donetsk.
Face à guerra econômica da Europa, Moscou escolheu responder por medidas similares, mas envolvendo a agricultura, energia e não as finanças. Dois motivos guiaram esta escolha: primeiro, a curto prazo, os outros países membros dos BRICS podem mitigar as consequências das pretensas «sanções» dos países europeus; por outro lado, a médio e longo prazo, a Rússia prepara-se para a guerra e entende que deve reconstituir e recuperar completamente a sua agricultura, para poder viver em auto-suficiência, assim como suas forças armadas.
Por outro lado, os Anglo-Saxões previram e pretendem paralisar a Rússia pelo seu interior. Primeiro ativando para tal objetivo, via criação do Califado Islâmico (EI), grupos terroristas no seio da sua população muçulmana dentro da Rússia, depois organizando também uma contestação jornalistica nos meios de comunicação quando das eleições municipais internas de 14 de setembro.
Consideráveis somas de dinheiro foram fornecidas a todos os candidatos da oposição na Rússia, em cerca de trinta grandes cidades envolvidas, enquanto pelo menos cerca de 50.000 agitadores ucranianos e ocidentais disfarçados, misturados com os refugiados, estão em vias de se reagrupar em São Petersburgo. A maior parte dentre eles têm a dupla nacionalidade russa.
Trata-se, com toda a evidência, de reproduzir nas províncias do interior russo as manifestações que em Moscou se seguiram logo após as eleições de dezembro de 2011 — usando a violência sobretudo —; e de mergulhar o país num processo de revolução colorida ao qual uma parte dos funcionários e da classe dirigente seja favorável.
Para a consecução deste objetivo de revolucionar e convulsionar internamente a Rússia (a velha tática de Dividir para controlar) Washington nomeou um novo embaixador na Rússia, John Tefft, que já preparara a «revolução das rosas» na Geórgia e o golpe de Estado na Ucrânia. Será importante para o presidente Vladimir Putin poder confiar no seu Primeiro-Ministro, Dmitri Medvedev, que Washington esperava recrutar para ajudar a derrubar o governo atual da Rússia.
Considerando a iminência do perigo, Moscou teria conseguido convencer Pequim a aceitar a adesão da Índia contra a do IRÃ (mais as adesões, também, do Paquistão e da Mongólia) à Organização de Cooperação de Xangai (OCS em inglês). A decisão deveria ser tornada pública quando da Reunião de Cúpula prevista para Duchambe (no Tadjiquistão) entre 12 e 13 de setembro. Ela deveria pôr um fim ao conflito que opõe, desde há séculos, a Índia e a China, e envolvê-los numa cooperação militar.
Esta reviravolta, se confirmada, terminaria igualmente com a lua de mel entre Nova Delhi e Washington, que esperava afastar a Índia da Rússia dando-lhe acesso, para tal, nomeadamente a tecnologias nucleares. A adesão de Nova Delhi é também uma aposta acerca da sinceridade do seu novo Primeiro-ministro, Narendra Modi, quando pesa sobre ele a suspeita de ter encorajado violências anti-muçulmanas, em 2002, em Gujarate, do qual era ministro-chefe local.
Por outro lado a adesão do IRÃ, que constitui um desafio para Washington, deverá trazer a OCS um conhecimento preciso dos movimentos jihadistas e das maneiras de combatê-los. Mais uma vez, se confirmada, tal fato reduziria a disposição iraniana para negociar uma trégua com o «Grande Satã», o que a levou a eleger o Xeque Hassan Rohani para a presidência.
Isto seria uma aposta quanto à autoridade do líder supremo da Revolução Islâmica, o aiatola Ali Khamenei.De fato, estas adesões marcariam o início da mudança do mundo do Ocidente para o Oriente [4]. Ainda assim, esta evolução deverá ser protegida militarmente. É o papel da Organização do Tratado de Segurança Coletiva(OTSC), formado em volta da Rússia, mas do qual a China não faz parte. Ao contrário da Otan, esta organização é uma aliança clássica, compatível com a Carta das Nações Unidas, uma vez que cada membro conserva a opção de sair dela, se o desejar.
É, pois, apoiando-se nessa liberdade que Washington tem tentado, no decurso dos últimos meses, comprar alguns membros, nomeadamente a Armênia. No entanto, a situação caótica na Ucrânia parece ter arrefecido aqueles que nela sonhavam com uma «proteção» norte-americana. A tensão deverá pois subir muito nos próximos meses. Thierry Meyssan
[1] « Qu’ont en commun les guerres en Ukraine, à Gaza, en Syrie et en Libye ? »(Fr-«Que teêm em comum as guerras na Ucrânia, Gaza, Síria e na Líbia?»- ndT) , por Alfredo Jalife-Rahme, Traduction Arnaud Bréart, La Jornada (México), Réseau Voltaire, 7 août 2014.
[2] “Cúpula do Brics: Sementes de uma nova arquitetura financiera”, Ariel Noyola Rodríguez, Rede Voltaire, 3 de Julho de 2014. “Sixth BRICS Summit : Fortaleza Declaration and Action Plan” (Ing-«Sexta Cimeira do BRICS: Declaração de Fortaleza e Plano de Acção»), Voltaire Network, 16 July 2014. [3] «Un djihad mondial contre les BRICS ?» (Fr-«Uma jihade mundial contra os BRICS?»), por Alfredo Jalife-Rahme, Traduction Arnaud Bréart, La Jornada (México), Réseau Voltaire, 18 juillet 2014. [4]“Russia and China in the Balance of the Middle East : Syria and other countries” (Ing-« Rússia e China no Balanço do Oriente Médio: Síria e outros países»), por Imad Fawzi Shueibi, Voltaire Network, 27 Janeiro de 2012.
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