sábado, 18 de junho de 2016

APROXIMA-SE O SOLSTÍCIO DE INVERNO




O Trópico de Capricórnio

O solstício de inverno ocorre quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador. Embora sua data não seja a mesma em todos os anos, pode-se dizer que ocorre normalmente por volta do dia 22 de Dezembro no hemisfério norte e 21 de Junho no hemisfério sul (em anos bissextos as datas podem se alterar). Esse momento não é fixo no calendário gregoriano em função do ano tropical da Terra não ser um múltiplo exato de dias.
Devido à órbita elíptica da Terra ao redor do sol ao longo do ano, as datas nas quais ocorrem os solstícios não dividem o ano em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais velozmente do que quando está mais longe (afélio), em conformidade com a segunda lei de Kepler.
Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de verão do hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à superfície da Terra no Trópico de Capricórnio (linha imaginária que passa próximo à cidade de Itaí, no estado de São Paulo). No solstício de verão do hemisfério norte, ocorre o mesmo fenômeno no Trópico de Câncer.



Indicação da linha imaginária do Trópico de Capricórnio na rodovia SP-255, próximo a Itaí, estado de São Paulo.


Esta data tinha grande importância para diversas culturas antigas que geralmente realizavam celebrações e festivais ligados às suas crenças religiosas.
Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do “Sol Vencedor”, marcada pelo solstício de inverno, nesse caso em dezembro no hemisfério norte.
A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do “Sol Vencedor” passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo.

Chineses
No calendário chinês, o solstício de inverno chama-se dong zhi (em português: chegada do inverno) e é considerado uma data de extrema importância, visto ser aí festejada a passagem de ano.





A Roda do Ano da passagem do tempo na cultura Celta, no hemisfério norte.

Cultura Celta
A Roda do Ano é o calendário que simboliza a concepção de tempo dos Celtas e que era um tanto quanto diferente da atual, semelhantemente ao zodíaco. Eles não viam a passagem do tempo de forma linear, mas circular, cíclico. Seus calendários levavam em conta não só o ciclo solar, como é o nosso calendário atual, mas também o ciclo lunar. Originários da tradição celta, os Sabbats ocorriam oito vezes ao ano, levando-se em conta a posição da Terra com relação ao Sol: nos Equinócios e Solstícios.
Nessas ocasiões, eram homenageadas duas divindades: a Deusa Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra (o princípio feminino), e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, o protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem (o princípio masculino). Já em outros ramos do Paganismo, outros Deuses eram adorados, pois que nem todos tem essas duas únicas figuras centrais.


Roma antiga
Entre os romanos os festivais eram muito populares. O período marcava a Saturnália, em homenagem ao deus Saturno. O deus persa Mitra, também cultuado por muitos romanos, teria nascido durante o solstício. Divindades ligadas ao Sol em geral eram celebradas no solstício também. Com a criação do catolicismo e a igreja de Roma em 325 d.C no Império Romano houve, por parte da Igreja Católica, uma tentativa de cristianizar os festivais “pagãos”.



Stonehenge na Inglaterra, monumento perfeitamente alinhado com os solstícios e equinócios.


Há indícios de que a data de 25 de Dezembro foi escolhida para representar o nascimento de Jesus Cristo já no século IV (a data foi determinada pelo imperador romano Constantino). Há evidência bíblica de que Jesus não teria nascido durante o inverno, no oriente médio, pois no momento do nascimento, pastores estavam cuidando de seus rebanhos nas vigílias da noite, e o período do solstício, visto como o renascimento do Sol, carrega forte representatividade. Além disso, conseguiu se aproveitar a popularidade das festividades pagãs de Roma.

Neopaganismo e Europa pré-cristã
Hoje esta data é revivida na celebração do Sabbat Neopagão Yule. Que revive algumas antigas tradições religiosas dos povos europeus pré-cristãos. Os povos da Europa pré-cristã, chamados pelos católicos de pagãos, tinham grande ligação com esta data. Segundo alguns, monumentos como Stonehenge eram construídos de forma a estarem orientados para o pôr do sol do solstício de inverno e nascer do sol no solstício de verão.



Aurora Boreal espetacular registrada na Antártica em 11 de junho.


(http://spaceweather.com/) Com a aproximação da chegada do inverno no hemisfério sul, a noite está caindo por toda a Antártida. O céu da noite, no entanto, não é nada escuro. “No dia 11 de junho, o Pólo Sul se iluminou com uma das melhores exibições de aurora austral que alguém tenha visto em anos”, relata Liz Widen, um engenheiro cientista em invernada na Estação McMurdo dos EUA na Antártica.
“O show durou mais de uma hora.” “As luzes estavam extremamente vivas e ativas”, disse Widen. “Foi difícil manter o foco e tirar fotos, no entanto, com um vento frio e congelante de -45 C.”
Mais luzes do sul poderão surgir no horizonte do polo sul. Os meteorologistas da NOAA estimam uma chance de 60% ​​de tempestades geomagnéticas polares, na medida que em 16 de junho a Terra sai de alerta sobre um fluxo de vento solar de alta velocidade.


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