quarta-feira, 29 de junho de 2016

ABELHAS QUE EXERCEM MEDICINA PARA CURAR OUTRAS ABELHAS


Essas abelhas enfermeiras também distribuem o mel especial às demais abelhas na colmeia, para combater epidemias.
Mel terapêutico
Um estudo de Erler mostrou que diferentes tipos de mel são mais eficientes contra variados tipos de doenças.
Algumas abelhas foram infectadas com um parasita chamado Nosema ceranae e expostas a quatro tipos de mel diferentes. Três deles eram feitos a partir do néctar de plantas diferentes – a acácia-bastarda, o girassol e tília. Um quarto mel era feito da secreção de um tipo de inseto. Todos eles possuíam atividade antibiótica.
O estudo mostrou que para aquele parasita, as abelhas que se alimentaram de mel de girassol reduziram o nível de infecção em grau 7% superior às que se alimentaram dos outros tipos de mel.
Comportamento coletivo das abelhas ainda intriga cientistas. Nas colmeias densamente povoadas, as doenças se espalham rapidamente. (Credit: Todd Huffman, CC by 2.0)
Um estudo de setembro de Erler mostrou que o mel de girassol é mais eficaz contra a cria pútrida americana – uma doença que atinge abelhas. Já a cria pútrida europeia é melhor combatida com mel de tílias.
“Algumas abelhas estão em posição excepciona dentro de suas colônias para distribuir o mel certo e reduzir bastante as epidemias”, diz Erler.
O que os cientistas querem identificar agora é o grau de instrução das abelhas. Elas são capazes de identificar quais tipos de mel curam melhor determinadas doenças?
As abelhas também sofrem com pesticidas e venenos utilizados na agricultura pelo homem e morrem aos milhões por causa disto.
As abelhas estão constantemente ameaçadas por doenças, aquecimento global, poluição e novas técnicas de agricultura. Erler acredita que essa capacidade “medicinal” das abelhas enfermeiras pode ser uma arma poderosa.
“Apiculturistas poderiam cultivar determinados tipos de mel para proteger suas colônias de doenças específicas”, diz. Mas Francis Ratnieks, da universidade britânica de Sussex, diz que esse tipo de técnica tem efeito limitado.
“Se depois de seis dias comendo apenas um tipo de mel, a abelha reduziu o nível de infecção em apenas 7%, eu imaginaria que o efeito no resto da colmeia seria menor. As abelhas costumam coletar mel principalmente para se alimentar, não como forma de medicação”, diz Ratnieks.
Abelhas mortas dentro da colmeia são retiradas pelas outras abelhas e são fontes de doenças. (Credit: Jannis Tzimopulos / Alamy)
As abelhas têm outras fontes de “remédios”. Um exemplo é a resina de plantas que elas coletam e incorporam a suas colmeias. Essas resinas ajudam a combater parasitas. Em 2012, um estudo mostrou que abelhas contaminadas com um determinado tipo de fungo se protegem coletando mais resina do que as demais.
As abelhas, assim como insetos como a formiga, também são conhecidas por seushábitos “higiênicos“. Abelhas operárias transportam o corpo de abelhas mortas para longe da colônia, para evitar a disseminação de doenças. Ratnieks trabalha cultivando abelhas que praticam isso com maior frequência, na esperança de gerar colmeias mais resistentes a doenças.
A capacidade de achar remédios é algo comum
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