sexta-feira, 30 de outubro de 2015

BRUXAS - A HISTÓRIA - AS LENDAS CELTAS

Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara

Para falar em bruxas, por duas razões históricas, é preciso buscar a história dos povos Celtas.
Primeiramente porque o cristianismo combateu, em sua fase de implantação, de modo especial na Europa, toas as manifestações religiosas pré-cristãs, inclusive o judaísmo, no seio do qual Cristo nasceu. 
Ora, a partir do segundo milênio a. C., esses povos que conhecemos como celtas estabeleceram-se nas principais regiões que formam hoje o continente que designamos como Europa. Os Celtas, no século III a. C., já dominavam todo o continente europeu, da Península Ibérica ao Mar Negro, chegando mesmo a ocupar uma parte do que hoje conhecemos como Oriente Médio. Os Celtas são referidos pela primeira vez na literatura grega por Hecateu de Mileto, chamados no idioma grego de Κελτοί, no século VI a. C. Há muitas incertezas sobre a origem do povo celta e de onde teriam provindo.
O que nos interessa para o presente trabalho é a religião celta e seu uso da bruxaria, que a segunda razão que apelamos aqui à memória desse povo. A primeira, como já se apontou acima, é a necessidade de os cristãos imporem sua religião  povos que, em grande parte, praticavam a religião celta.
Os romanos, a partir do século III a. C., foram impondo sua religião sobre as comunidades europeias, depois, sobre as comunidades africanas da costa mediterrânea e, por fim, sobre grande parte das comunidades do Oriente Próximo.
Porém, os romanos eram politeístas e muito supersticiosos, convivendo, assim, sua religião com outras muitas, como ocorreu com o próprio cristianismo, cujas perseguições se deram por razões muito mais de natureza política do que propriamente de ordem religiosa.
No blog Mistérios Antigos (http://www.misteriosantigos.com/celtas.htm), aparece o seguinte texto que aborda muito claramente as características religiosas dos povos Celtas:

"A natureza era a companhia do homem primitivo. Ela fornecia abrigo e alimento e, em retorno, a humanidade a reverenciava. As religiões primitivas louvavam as pedras e montanhas, os campos e florestas, os rios e oceanos.
A Voz da Floresta é uma ponte mítica entre o mundo dos deuses e o dos homens, entrelaçado com a veneração que os Celtas tinham pelas árvores.
Como uma representação do universo, as raízes das árvores habitam o solo, o conhecimento profundo da Terra. E o tronco une as raízes ao céu, trazendo este conhecimento à luz.
A Cultura Hallstatt foi a primeira das várias culturas existentes na Idade do Bronze. As regiões ocidentais desta cultura entre a França e a Alemanha do Este, já falavam a língua Celta. Por volta do ano 600 a.C., o grafólogo Grego Herodotus escreve sobre os Celtas colocando-os para além dos “Pilares de Hércules” (isto é, Espanha) e acima do Danúbio. O nome "Celta" surgiu da tribo dominante dos Halstatt, e tornou-se um conceito unificador para toda a cultura.
Segundo historiadores, a terra de origem dos Celtas era uma região da Áustria, perto do sul da Alemanha. Dali, os Celtas expandiram-se pela maior parte da Europa Continental e Britania. Na sua expansão os Celtas abrangeram áreas que vão desde a Espanha à Turquia.
Tomando posse de quase toda a Europa, os Celtas dividiram esse continente em três partes: a Central (teuts-land, q.s. terra de teut), a Ocidental (hôl-lan ou ghôl-lan, q.s. terra baixa) e a Oriental (pôl-land, q.s. terra alta); tudo o que estava a Norte dessas regiões denominavam de dâhn-mark (q.s. o limite das almas), que ía do Rio Don às Colunas de Hércules; aquele Don que os antigos franceses chamavam de Tanais e que era baliza para a ross-land (q.s. terra do cavalo = rússia).
Ainda em relação a este assunto, que obviamente liga os povos célticos, está a palavra ask, de onde a denominação geral asktan dada a vários povos (os mais interessados no assunto devem procurar a velha Gramática da Língua D'Oc); ora, entendia-se por Trasks os Asks orientais, por Tosks os Asks meridionais e por Vasks os Asks ocidentais - daí, toscanos, estruscos, vascos...
Os Celtas dominaram a Europa Central e Ocidental por milhares de anos. Mas só mais recentemente os Celtas influenciaram a Europa no seu desenvolvimento, a nível cultural, lingüístico e artístico. Os Celtas como grupo e raça, há muito que desapareceram, exceto na Irlanda e nas Terras Altas da Escócia.
Desde o domínio romano, instigado pelo catolicismo, as culturas druídica e celta foram alvos de severa e injusta repressão, que fez com que fossem apagados quaisquer tipos de informação a respeito delas, embora que na historia de Roma conste que Júlio César reconhecia a coragem que os druidas e celtas tinham em enfrentar a morte em defesa de seus princípios.
A bravura dos Celtas em batalha é lendária. Eles desprezavam com freqüência as armaduras de batalha, indo para o combate de corpo nu. Os homens e as mulheres na sociedade Celta eram iguais; a igualdade de cargos e desempenhos eram considerados iguais em termos de sexos. As mulheres tinham uma condição social igual á dos homens sendo muitas vezes excelentes guerreiras, mercadoras e governantes.
Os Celtas transmitiram a sua cultura oralmente, nunca escrevendo a sua história ou os seus fatos. Isto explica a extrema falta de conhecimento quanto aos seus contatos com as civilizações clássicas de Grécia e Roma. Os Celtas eram na generalidade bem instruídos, particularmente no que diz respeito á religião, filosofia, geografia e astronomia.
Relativamente ao nome BRASIL...Este não se encontra nas línguas nativas, mas há vestígios da passagem dos fenícios pelas costas equatoriais e, também, pelas do Brasil. Na antiga Língua céltica "braazi" queria dizer "terra grande" segundo escritos do estudioso Sérgio Trombelli...
Por outro lado, sabemos que uma Insulla Brazil já existia em antigos mapas bem antes da viagem cabralina - mapas como os de Bartolomeu de Pareto (1455) e de Pero Vaz de Bisagudo (segundo Carta enviada pelo Mestre João a el-rei D. Manuel logo após o "descobrimento" oficial a tal Insulla Brazil...
É possível que, em breve, os modernos instrumentos da Arqueologia possam, também, trazer até nós outros vestígios.
E que influência tiveram os Celtas na Literatura européia que tanta força emprestou ao pré-Cristianismo? As literaturas no gaélico, no galês ou no bretão, exerceram influência através da Poesia Pastorial e dos Romances de Cavalaria (a saga do Rei Arthur e a busca do Santo Graal), das Ciências Herméticas ou Ocultas, da Adivinhação e da Cultura Rúnica, até a formação ideológica das elites em Ordens de Cavalaria e Confrarias (do tipo Rosacruzes e Maçonaria).
Chamo a atenção para o fato de vários estudiosos que põem o kardecismo (de Kardec, antigo poeta esotérico celta) como um sistema filosófico-espiritual do eixo telúrico-cósmico desenvolvido na essência mística dos Celtas; aliás, Kardec (Allan Kardec) é pseudônimo do estudioso francês Léon Rivail (1804-1869) que continuou a doutrina céltica no que à transmigração das almas e dos Espíritos diz respeito.
E, antes dele, já os essênios, os nazarenos e outras seitas judeo-palestinas o haviam feito. Importante ainda é o fato de se poder ligar o desenvolvimento da Música e da Poesia aos cultos da Voluspa: mesmo rudimentar, o Oráculo passou a ser lido/interpretado em voz ritmada e em versos rimados. Foi grande a importância dessa Civilização antiga na formação do ser-português, na Língua Lusa que a saga marítima de 1500 levou ao mundo, legou a africanos e criou o tupi-afro-brasileiro, mesmo que à custa da destruição dos nativos pelo catecismo jesuítico e pelos ferozes salteos e bandeiras...
Os povos Celtas, em cinco grupos, entraram na velha província romana, chamada Lusitânia, pelo Algarve (os cinetes), entre os rios Sado e Tejo (os sempsos), entre a Estremadura e o Cabo Carvoeiro (os sepes), pelo centro (os pernix lucis) e pelo norte (os draganes). Sim, nem a Roma imperial conseguiu vencê-los na Grã-Bretanha. Foi grande a contribuição dos povos Celtas para a Cultura Portuguesa.
Inglaterra, Escócia e Irlanda
O nome Bretanha deriva do Céltico. O autor Grego Pytheas chamava-lhes as “Ilhas Pretanic” o que tem origem no nome que os habitantes da ilha tinham e se chamavam a eles próprios, Pritani. Isto e muito mais, foi mal traduzido para o latim o que deu Brittania ou Britanni. Os Celtas migraram para a Irlanda vindos da Europa, conquistando assim, os seus habitantes originais.
A Origem Celta ao que se consegue datar até o ano de 1200 AEC situa-se na Europa Central, embora parte da mais numerosa vaga de invasão indo-européia. Durante os 600 anos seguintes, os celtas chegaram a Portugal, Espanha, França, Suíça, Grã-Bretanha e Irlanda, e também tão longe como a Grécia e a Galácia. No continente foram vencidos pelos Romanos, continuando, portanto a manter traços fundamentais da sua cultura, mas nas Ilhas Britânicas a invasão romana parou na Muralha de Adriano, mantendo os Celtas, em especial na Irlanda, toda a sua autonomia e herança cultural. Pois, é na Irlanda e no País de Gales que ainda hoje podemos ir em busca do pensamento e da antiga religião de nossos antepassados Celtas e Druidas.
Muitas das informações que até hoje obtivemos vem de escritores romanos como Estrabão e César, que apesar de não serem fontes isentas nos transmitem algum conhecimento acerca da sociedade céltica.
Os cerimoniais célticos tinham um conteúdo "sagrado" pois neles havia uma comunhão muito grande entre o homem e a natureza. Esse lado sagrado e mais ainda os exercícios de alguns rituais rústicos com os participantes despidos foram motivo de escândalo para os católicos que os viram pela primeira vez. O catolicismo fez todo o empenho em descrever como um conjunto de rituais satânicos.
Para a Cultura Celta o ano era dividido em quatro períodos de três meses em cujo início de cada um havia uma grande cerimônia:
Imbolc - celebrado em 1 de fevereiro, é associado à deusa Brigit, a Mãe-Deusa protetora da mulher e do nascimento das crianças;
Beltane - celebrada em 1 de maio. (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein) Significa "brilho do fogo". Esta cerimônia, muito bonita, é marcada por milhares de fogueiras;
Lughnasadh - (também conhecido como Lammas), dedicado ao Deus lugh, celebrado em 1 de agosto;
Samhain - a mais importante das cerimônias, celebrada em 1 de novembro. Hoje associada com o Hallows Day, celebrado na noite anterior ao Hallowen.
Basicamente a doutrina céltica enfatizava a terra e a deusa mãe enquanto que os Druidas mencionavam diversos deuses ligados às formas de expressão da natureza; eles enfatizavam igualmente o mar e o céu e acreditavam na imortalidade da alma, que chegava ao aperfeiçoamento através das reencarnações.
Eles admitiam como certa a lei de causa e efeito, diziam que o homem era livre para fazer tudo aquilo que quisesse fazer, mas que com certeza cada um era responsável pelo próprio destino, de acordo com os atos que livremente praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa ou má, segundo as obras praticadas.
Mesmo sendo livre, o homem também respondia socialmente pelos seus atos, pois para isto existia pena de morte aplicada aos criminosos perversos.
A Igreja Católica acusava os Celtas e Druidas de bárbaros por sacrificarem os criminosos de forma sangrenta, esquecendo que ela também matava queimando as pessoas vivas sem que elas houvessem cometido crimes, apenas por questão de fé ou por praticarem rituais diferentes.
O catolicismo primitivo, tal como um furacão devastador apagou tudo o que lhe foi possível apagar no que diz respeito aos rituais célticos, catalogando-os de paganismo, de cultos imorais e tendo como objetivo a adoração da força negativa. Na realidade isto não é verdade, os celtas cultuavam a Mãe Natureza e quando os primeiros cristãos chegaram naquela região foram muito bem recebidos, segundo pesquisadores, a tradição céltica relata que José de Arimatéia discípulo de Jesus viveu entre eles e levado até lá o Santo Graal (“Taça usada por Jesus na Última Ceia”).
A crença céltica e druídica diziam que o homem teria a ajuda dos espíritos protetores e sua libertação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida assim. Cada pessoa tinha a responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entenderem a lei de causa e efeito, também conhecida atualmente como lei do carma.
Não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos constituídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas, principalmente onde houvesse antigos carvalhos, os locais de suas cerimônias, reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge Avebury, Silbury Hill e outros.
Enquanto em algumas cerimônias célticas os participantes a faziam sem vestes os Druidas, por sua vez, usavam túnicas brancas. Sempre formavam os círculos mágicos visando a canalização de força. Por não usarem roupas em algumas cerimônias e por desenvolverem rituais ligados à fecundidade da natureza, por ignorância, por má fé ou mesmo por crueldade dos padres da Igreja, Celtas foram terrivelmente acusados de praticarem rituais libidinosos, quando na realidade tratava-se de rituais sagrados à Deusa Mãe.
Mas, bastaria isto para o catolicismo não aceitar a religião celta, pois como aquela religião descendente do tronco Judaico colocava a mulher como algo inferior, responsabilizando-a pela queda do homem, pela perda do paraíso. Na realidade o lado esotérico da religião hebraica baniu o elemento feminino já desde a própria Trindade. Todas as Trindades das religiões antigas continham um lado feminino, somente não a hebraica.
A Igreja Católica, derivada do hebraísmo ortodoxo, também mostrou ser uma religião essencialmente machista e como tal lhe era intolerável à admissão de uma Deusa Mãe, mesmo que esta simbolizasse a própria natureza, tanto que para Igreja Católica, “seu” Deus é uma figura masculina.
Mesmo que o Catolicismo assumisse uma posição machista isto não foi ensinado e nem praticado por Jesus. Ele na realidade valorizou bem a mulher e, por sinal, existe um belíssimo evangelho apócrifo denominado "O Evangelho da Mulher". Também nos primeiros séculos do Cristianismo a participação feminina era bem intensa. Entre os principais livros do Gnosticismo dos primeiros séculos, conforme consta nos achados arqueológicos da Biblioteca de Nag Hammadi consta o Evangelho de Maria Madalena mostrando que os evangelistas não foram apenas pessoas do sexo masculino.
Na realidade Jesus apareceu primeiro às mulheres, e segundo o que está escrito nos documentos sobre o Cristianismo dos primeiros séculos, via de regra, por cerca de 11 anos depois da crucificação Jesus continuou a ensinar e geralmente fazia isto através da inspiração, algo como mediunidade, e isto acontecia bem mais freqüentemente através das mulheres.
Sabe-se que o papel de subalternidade do lado feminino dentro do Cristianismo foi oficializado a partir do I Concilio de Nicéia no ano 325. Aquele concílio, entre outras intenções visou o banimento da mulher dos atos litúrgicos da igreja. Ela só podia participar numa condição de subserviência. O catolicismo que nasceu da ala ortodoxa do Cristianismo primitivo que continha em seu bojo à influência judaica no que diz respeito à marginalização da mulher no exercício das atividades sacerdotais. Daí a perseguição cultural à figura da Mulher tornada maldita pelo Homem (movimento do qual veio a surgir um novo povo: osFenícios).
Por isto, e por outros “motivos” católicos, as autoridades católicas não podiam tolerar o celtismo, cuja religião era mais exercida pelas mulheres.
Existiam as sacerdotisas que exerciam um papel mais relevante que a dos sacerdotes e magos. Naturalmente os celtas eram muito apegados à fertilidade, ao crescimento da família e ao aumento da produção dos animais domésticos e dos campos de produção e isto estava ligado diretamente ao lado feminino da natureza.
Também a mulher é mais sensitiva do que o homem no que diz respeito às manifestações do sobrenatural, do lado sagrado da vida, portanto é obvio que elas canalizassem mais facilmente a energia nos cerimoniais, que fossem melhores intermediárias nas cerimônias sagradas. 
Assim é que o elemento básico da Wicca não tinha como base primordial o homem e sim na mulher, cabendo àquele a primazia nos assuntos não religiosos.
Eis-nos retornando à essência feminina... Como surgiu a Voluspa? Sabemos que foi através da Mulher que os povos Celtas se organizaram. Algumas mulheres, sentindo em si-mesmas o Espírito dos seus Ancestrais e dos Deuses divulgaram essa Mensagem tornando-se Voluspas. Leitora do Oráculo e seu eco místico, a Mulher tornou-se legisladora e, com isso, poderosa: a voz da Voluspa era a voz Divina que vinha do ventre da Terra e ecoava por todo o sistema cósmico.
Verifica-se que a Cultura céltica adotou, no seu sistema esotérico-religioso, a via matriarcal. Isso passou, aos poucos, para a vida social. O que ainda é, hoje, visível em determinadas regiões onde esse sistema foi implantado antes do Segundo Milênio AC, como no centro e norte de Portugal (onde se formaram os celtiberos), no norte da Espanha, na Gália, nas Ilhas Britânicas (particularmente na Irlanda e na Ilha de Man), no Alto Danúbio (Boêmia e Baviera), i.e., o patriarcado ficou responsável pelos assuntos da Guerra enquanto o matriarcado pelos assuntos do Espírito, do Social e do Legislativo, que o mesmo é dizer: da Cultura.
Forte, o Oráculo da Voluspa era Lei geral. Enfim, a Mulher tornava-se Ser Humano gerando Civilização... E até formou uma fantástica corte guerreira, na Ásia, em meio à outra dissidência: um povo de mulheres que decidiu caminhar com suas próprias leis - as Amazonas. Na concepção d'olivetiana, a palavra compõe-se do radical mâs, conservado ainda no latim puro e reconhecível no francês antigo masle, no italiano maschio e no irlandês moth; esse radical, unido à negativa ohne forma a palavra mâs-ohne à qual se ligou o artigo fenício ha; a palavra ha-mâs-ohne significa as-que-não-têm-macho.
Ora, nesta estrutura encontramos a origem céltica e a moradia asiática. Até meados de 1997 falar d'as amazonas era falar, quase sempre, de uma lenda, apesar da extraordinária contribuição dos estudos d'olivetianos sobre esse povo. Em 1997 foram descobertas as tumbas, no Caucaso, onde muitas dessas guerreiras foram enterradas...A pesquisa arqueológica - neste caso como no caso d'os manuscritos do mar morto - é a principal arma da História contra a estupidificante estória oficial...! Foi feita homenagem a D'Olivet.
Os celtas entendiam que a terra comporta-se como um autêntico ser vivo, que nela a energia flui tal como nos meridianos de acupuntura de uma pessoa. Eles sabiam bem como se utilizarem meios de controlar essa energia em beneficio da vida, das colheitas e da saúde.
O grande desenvolvimento dos celtas foi no campo do como manipular a energia sem o envolvimento de tecnologia alguma, somente através da mente. Enquanto outros descendentes da Atlântida usaram instrumentos os migraram para o oeste europeu, dos quais bem tardiamente surgiu como civilização celta, usaram apenas pedras, na maioria das vezes sobe a forma de dolmens de menhires como Stonehenge (veja link).
Geralmente pedras eram usadas como meios para o desvio e canalização de energia. As construções megalíticas eram condensadores e drenadores de energia telúrica, com elas os descendentes da Atlântida criavam "shunts" nos canais de força telúrica, desviando-a para múltiplos fins.
Os Celtas chegaram a ter pleno conhecimento de que as forças telúricas podiam ser controladas pela mente, que a energia mental interagia com outros campos de forças, e que a energia mental podia direcionar aos canais, ou até mesmo gerar canais secundários de força. Sabiam o que era a energia sutil, e que podiam aumentá-la de uma forma significativa mediante certos rituais praticados em lugares especiais. Para isto escolhiam e preparavam adequadamente os locais ideais para suas cerimoniais sagradas.
A realização das cerimônias celtas não se prendia somente ao lugar, também tinham muito a ver com a época do ano, com determinadas efemérides, por isto ocorriam em datas precisas, ocasiões em que as forças cósmicas mais facilmente interagiam com as forças telúricas. Os celtas sabiam que a energia telúrica sofria reflexões e refrações ao tocar coisas materiais, tal como ensina atualmente o Feng Shui, por isto é que eles praticavam seus rituais religiosos totalmente despidos. Isto não tinha qualquer conotação erótica, era antes um modo para a energia não ser impedida ou desviada pelas vestimentas.
Também tinham conhecimentos de como viver em harmonia com a terra, da importância de manterem a terra sadia, assim sendo evitavam mutilá-la inutilmente e até mesmo da importância de tratá-la. Tal como um acupunturista trata uma pessoa quando o fluxo de energia não esta se processando de uma forma adequada, da mesma forma eles procediam com relação à "Mãe Terra".
Estabeleciam uma interação entre a energia a nível pessoal com a energia a nível planetário e também a nível sideral.
É todo esse conhecimento que está sendo liberado progressivamente. Agora que o homem moderno está começando a compreender que a terra foi dilapidada, atingida em sua integridade precisa urgentemente ser tratada vêm ressurgindo conhecimentos antigos, espíritos aptos estarão encarnando na terra para desenvolverem métodos precisos visando à correção dos males provocados. Assim é que estamos vendo o desenvolvimento da Radiestesia, da Rabdomância, do Feng Shui e de outras formas de atividades ligadas às energias que fluem na terra. Os princípios preconizados pela Permacultura serão aceitos progressivamente e a humanidade passo a passo irá se integrando a um sistema de vida holístico, segundo José Laércio do Egito.
Na realidade a corrente migratória atlante direcionada para a Europa Ocidental não primou pelo desenvolvimento tecnológico, ela não deu prosseguimento, por exemplo, à utilização ao desenvolvimento da ciência dos cristais como fonte de energia. Preferiram a utilização da energia inerente aos canais das forças telúricas mais simples. A geomância atual já era sobejamente conhecida dos Celtas que, por sua vez herdaram tais conhecimentos dos seus ancestrais remotos, (os Atlantes que tinham grande domínio sobre tais conhecimentos, segundo alguns pesquisadores), e mesmo assim de uma maneira não tecnológica.
Obs: Caso o leitor tenha alguma dúvida ou discordância em relação a este texto, por favor, entre em contato conosco, pois nosso intuito é e sempre será desmistificar em abordagens simples a rica e sagrada Cultura Celta que é de grande magnitude para a compreensão dos Antigos Mistérios e a razão principal da existência hoje do Site Mistérios Antigos.
Na realidade não se pode falar da Cultura Céltica sem se falar da Cultura Druídica, de Ceridwen e Taliesin, das Sacerdotisas da nossa Ilha de Avalon, do nosso Rei Arthur e a busca do Santo Graal..."

Veja-se como o autor acima expôs, em traços gerais e concisos a essência do povo Celta e de suas crenças. O tema que nos envolve hoje são as bruxas, que na religião celta eram sacerdotisas. O termo "bruxa" é depreciativo.
Karenina Azevedo, em artigo disponível no seguinte endereço: http://www.ippb.org.br/textos/revista-online/convidados/os-celtas-e-as-bruxas-por-karenina-azevedo, estabelece uma inteessante relação entre os Celtas e as bruxas. Veja-se sua exposição:

“Nesta noite, o Prof. Wagner Borges convidou sua amiga "Nina", que mora em Salvador, Bahia, para fazer uma alegre e interessante apresentação sobre a cultura do povo celta e as origens da Bruxaria.
Inicialmente, Nina procurou desmistificar a figura típica da bruxa das estórias infantis, vestida de preto, com chapéu pontudo, verruga no nariz e montada em uma vassoura. As bruxas de hoje são pessoas tão normais quanto o restante das pessoas que se interessam por temas espiritualistas e pela manipulação de energias. A palavra "bruxa" vem da língua falada pelos celtas (1), em tempos antigos, bem antes de Cristo, e significa "aquela que cuida", referindo-se às mulheres que sabiam cuidar das crianças e também sabiam curar, utilizando-se de ervas da natureza para fazer chás, xaropes, caldos, unguentos e outros tipos de medicamentos.
Como forma de compartilhar essas informações com quem não esteve presente na reunião, transcrevi alguns dos tópicos abordados pela Nina durante sua palestra. Apenas selecionei e resumi os seus ensinamentos de forma didática para leitura.
Estão disponibilizados logo abaixo.

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COMPORTAMENTO EM GRUPO:

- Os celtas viviam em uma sociedade harmônica, que não era nem matriarcal, nem patriarcal, ou seja, as tarefas e as responsabilidades na aldeia eram realizadas de forma complementar - dentro do que seriam os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade (observação pessoal).
- Os homens utilizavam sua energia masculina relacionada com a razão e a força física, basicamente, para fazer ferramentas, caçar e defender a aldeia, enquanto que as mulheres empregavam a energia feminina da intuição na manipulação dos alimentos e medicamentos, como também na arte de curar.
- O homem era representado pelo sol, pelo dia, o claro e a capacidade de prover; e a mulher pela lua, a noite, que acolhe, acomoda e acalanta.
- Não havia a imagem rígida do "certo" ou "errado", mas posturas diferentes de vida, sabendo que cada um é responsável pelos seus atos, que tudo tem "os dois lados da moeda" e que o próximo devia ser respeitado.
- Os casais se uniam de acordo com sua livre escolha, sem dogmas ou obrigações e da mesma forma se separavam quando desejassem.
- Não havia o conceito de "posse" ou de domínio, nem de dualidade entre casais, mas sim o conceito de complemento.
- As mulheres eram muito respeitadas porque "sangravam" todo mês e não morriam, enquanto que o mesmo não acontecia com os homens, que voltavam feridos do campo de batalha. Também porque elas eram capazes de dar cria a seres pequenos.
- O Deus-chifrudo era a representação de um grande caçador, que havia caçado o maior e mais forte alce e usava a galha (chifre) deste animal como exibição de força e poder.
- Batizavam suas crianças com rituais de entrega do ser pequenino aos deuses para pedir proteção e ofertar a esta criança as características do deus/deusa escolhido(a).
- Casavam-se celebrando a junção de duas almas que se escolheram para compartilhar os sentimentos que nutrem uma pela outra.
- A dor era respeitosamente chamada de "Mãe-Dor", sendo compreendida como uma forma de ajudar a pessoa a crescer.


RELAÇÃO COM A MÃE NATUREZA:

- Os celtas viviam próximos à floresta, eram caçadores e agricultores.
- Observavam e estudavam as pedras, as plantas (ervas), as fases da lua, a influência que exerciam em suas vidas e tinham assim um bom relacionamento com a água, com o fogo, com a terra, com os animais e os elementais (espíritos da natureza).
- Realizavam festas, com danças, músicas e rituais, para comemorar fases da lua, estações do ano, boa colheita, chegada das chuvas, entre outras, as quais costumavam durar do poente ao nascente.
- Pão e vinho: eram utilizados nas refeições simbolizando as bênçãos que a terra dá.


INFLUÊNCIA DAS CRUZADAS:

- O movimento das cruzadas trouxe o contato agressivo com as idéias predominantes da Igreja Católica e muitas aldeias foram destruídas, seja em confronto armado, seja pelo choque cultural.
- Para os padres, eles eram considerados um povo pagão e precisavam então ser catequizados. Os adolescentes celtas foram os primeiros a se dobrarem em razão de sua natural curiosidade.
- Ao ter maior contato com os celtas, eles ficaram surpresos diante de tanta cultura e conhecimento.
- Para atrair maior número de pessoas para suas missas, os padres incorporaram datas comemorativas dos celtas em seu calendário, como por exemplo, o Yule, que é celebrado no hemisfério norte no dia 21 de dezembro e representa o nascimento da criança prometida (2). Por isso, a igreja católica "migrou" a data de nascimento de Jesus de 6 de janeiro (dia de Reis) para 25 de dezembro.
- As mulheres sobreviventes, de tanto serem perseguidas, infiltraram-se na floresta em busca de proteção e lá reunidas puderam aperfeiçoar e preservar seus conhecimentos.
- Algumas destas mulheres eram uma ameaça para o alto clero católico, por não aceitarem submeter-se aos conceitos da Igreja, e em função da sua sabedoria popular, da capacidade de cura e de adivinhações, entre outras qualidades, e "poderes psíquicos" que demonstravam e, por isso, foram aprisionadas e condenadas à fogueira.
- Em função desta perseguição, preferiram reunir-se secretamente e preservar seus conhecimentos utilizando-se de símbolos.


SOBRE A FILOSOFIA DE VIDA DAS BRUXAS:

- A ligação com a energia feminina da "Mãe Natureza" é muito forte.
- Consideram que a Bruxaria é um tipo de religião de auto-percepção.
- Buscam o melhor conhecimento do seu corpo e do seu humor, estudando a relação existente com o ciclo menstrual, com as fases da lua, com o período do ano e também como isso pode interferir no relacionamento com as outras pessoas e com seu companheiro.
- Tinham dois livros: um de capa preta, onde eram registrados os preparos das receitas e das poções, bem como os trabalhos realizados, e outro, que seria um diário pessoal.
- Não há o conceito "padrão de culpa ou/e pecado", mas sim o de responsabilidade individual pelos seus atos e pelos seus pensamentos e o respeito pelo próximo.
- Cultuam três deusas principais: a jovem (aquela que não pariu), representada pela lua crescente; a mãe (aquela que já pariu) representada pela lua cheia; e a anciã (aquela cujos filhos/filhas já entraram para o ciclo de renascimento, ou seja, já geraram outros seres), representada pela lua minguante.
- Trabalham com várias deusas, deuses e arquétipos, de acordo com o objetivo do trabalho; por exemplo, se precisavam de ajuda na caçada, invocavam os poderes de Diana.
- Família cósmica: entre elas há o tratamento carinhoso de mães, filhas e irmãs. Os conhecimentos adquiridos passam de mãe para filha, seja ela de sangue ou não. Uma mãe biológica pode "parir" uma filha de conhecimento.
- Cromoterapia (3): estudam e aplicam cromoterapia, inclusive nas roupas.
- Vestimentas: utilizam trajes de todas as cores, desde que com o conhecimento das repercussões energéticas das mesmas em seu campo vibratório e em cada ritual especificamente. As iniciadas usam apenas branco. Pajens usam preto e marrom (pela força telúrica) e sacerdotisas usam todas as cores, a depender da necessidade energética e possibilidade (também energética) nos rituais.
- Mágica: manipulação das energias densas e sutis de acordo com a vontade, interesses pessoais e ética, acima de tudo. Por exemplo, se alguém pede uma poção para uma conquista amorosa, usam-se frutas e folhas vermelhas para fazer um chá juntamente com emanação de energias e formas-pensamentos voltadas para o objetivo desejado. A pessoa que toma está desejando intensamente que sua vontade seja realizada, somatizando em si mesma algo "magicamente" sedutor, o que ajuda ainda mais a materializar as suas intenções; mas é MUITO importante ressaltar que qualquer forma de magia é usada para si mesmo (para ficar mais sensual ou sedutora, por exemplo), jamais para o outro.
- Caldeirão: ficava aceso dia e noite para cozinhar, fazer doces, sopas, poções e também para aquecer as casas por causa do frio. Hoje em dia já não é mais usado a qualquer dia nem a qualquer hora, mas em rituais e momentos específicos, e sempre conduzido por uma pessoa (no caso, uma sacerdotisa) que conheça os "mecanismos energéticos" desse uso. Um caldeirão não deve JAMAIS ser usado por homens, uma vez que representa o útero.
- Gato: os gatos são comumente associados às bruxas. São animais domésticos, mas ao mesmo tempo livres e independentes, sem sentimentos de posse tanto para o dono como para os bichanos, o que já não acontece com os cães.
- Sapo: símbolo de agilidade. São animais que vivem em brejos, locais de áreas úmidas e lamacentas, com muita destreza. No tempo dos celtas, era comum a realização de lutas no meio da lama, entre dois rivais, para "acertar a contas", pois as condições eram neutras e difíceis para ambos.
- Olhos de lagartixas, asas de morcego e de borboleta, pele de cobra, e outros: as bruxas não se utilizam de animais em seus trabalhos, somente plantas. Estes podem ser nomes simbólicos usados para ocultar as verdadeiras receitas como também para mistificar a figura delas.
- Vassoura: ainda na cultura celta, a vassoura é a representação da integração harmônica entre a energia masculina (cabo) e a feminina (palha), juntos, unidos, para "limpar a sujeira da terra". Nos rituais que participavam as mulheres, cantando e dançando com as vassouras nas mãos ao anoitecer e madrugada afora em volta da fogueira, os soldados das Cruzadas que as observavam de longe, imaginaram tê-las vistas saindo do chão e saíram contando que voavam. Daí a imaginação popular ampliou a lenda.
- Varinha: as mãos eram usadas para projeção de energias nos trabalhos de limpeza energética e de cura. A varinha seria o prolongamento dos dedos.
- Chapéu pontudo: é a combinação de duas figuras geométricas: o cone (representando a captação de energia superior) e o círculo (representando o "portal" da entrada desta energia ou o chacra coronário);
- Saia: vestimenta que ajuda a manter livre contato com a energia da terra, a qual é de certa forma bloqueada pelas calças nas mulheres, pois o maior canal telúrico feminino é o ventre. Já com os homens, o canal telúrico é mais sensível nas solas dos pés, não havendo, portanto, problemas no uso de calças.
- Rituais: fazem rituais para comemorações, tais como a menina que vira mulher, a mãe que engravida, o nascimento do bebê, o primeiro nascer de sol do bebê, a entrada na menopausa, a passagem definitiva para outro plano (morte), etc.
- Ética e responsabilidade: lembrar que você deve respeito a si próprio e ao que você faz aos outros. Não ficar preso ou preocupado por ter que corresponder às expectativas dos outros e da sociedade.
- Respeito a tudo o que foi conquistado pelos ancestrais: preocupação em combater as vaidades para não desmoralizar o que foi conseguido a "duras custas".


FRASES DE DESTAQUE:

- Você pode ser carcereiro ou libertador de si mesmo, a escolha é sua!
- Devemos estudar para aprender, e não para nos mostrar!
- A verdadeira ligação com as deusas e com os deuses se dá pelo coração, e não pela razão!
- A dor serve para você parar e olhar para si mesmo (a). É um instrumento de chamada, de observação e de ensino.
- Devemos respeitar os próprios limites, até que eles deixem de representar limites. E isso não é ir além, mas sim permitir que o tempo flua.
- Estamos todos juntos em um trabalho coletivo de descoberta individual.

- Nota de Wagner Borges: Ana Karenina é sacerdotisa de Bruxaria Tradicional da Casa Telucama de Salvador, Bahia – Site: (http://planeta.terra.com.br/religiao/templocasatelucama/). É Reikiana – níveis 1 e 2. É pedagoga especializada em Administração escolar e Supervisão escolar, e professora de Didática e Psicologia da Educação, Pós-graduada em Psicopedagogia, Psicmotricidade e Sócio-Terapia. Dirige uma clinica com 25 profissionais da área terapêutica e faz palestras e aulas sobre temas espirituais, celtas e de Magia.
- Notas do texto:
1. Os celtas viveram por volta de 1.500 anos a.C., inicialmente, às margens do Rio Danúbio, na Alemanha, e depois se distribuíram pelo norte da Europa (Alemanha, Suíça, Suécia), Reino Unido (Irlanda, Inglaterra e Escócia), e para a Península Ibérica (Portugal e Espanha).
2. Para a mitologia celta, o Deus nasce da deusa, para depois se tornar o seu consorte, num ciclo que representa a eterna regeneração. O Homem nasce, cresce e morre, para depois renascer. A mulher pare, cria e envelhece. Não precisa do ciclo de morte-renascimento, pois guarda em si o poder de auto-regeneração.
3. Cromoterapia: O estudo das cores e suas repercussões psicofísicas."

Apresentada esta relação entre as bruxas e a cultura celta, transcrevo um texto sobre a perseguição das bruxas pelos cristãos na Idade Média e mesmo posteriormente. O artigo intitula-se "Caça às Bruxas". É de autoria da jurista Rosângela Angelin, com doutorado em Ciências Jurídicas na Alemanha. Segue-se o texto:

"A 'caça às bruxas': uma interpretação feminista"

A “caça às bruxas é um elemento histórico da Idade Média. Entre os séculos XV e XVI o “teocentrismo” – Deus como o centro de tudo – decai dando lugar ao “antropocentrismo“, onde o ser humano passa a ocupar o centro. Assim, a arte, a ciência e a filosofia desvincularam-se cada vez mais da teologia cristã, conduzindo, com isso a uma instabilidade e descentralização do poder da Igreja. Como uma forma de reconquistar o centro das atenções e o poder perdido, a Igreja Católica instaurou os “Tribunais da Inquisição”, efetivando-se assim a “caça às bruxas“. Mas quem eram, enfim, estas mulheres que fizeram parte de um capítulo tão horrendo da história da humanidade, e por que o feminismo retoma as bruxas como um dos seus principais símbolos?

1. A “caça às bruxas”
A “caça às bruxas” durou mais de quatro séculos e ocorreu, principalmente, na Europa, iniciando-se, de fato,em1450 e tendo seu fim somente por volta de 1750, com a ascensão do Iluminismo. A “caça às bruxas” admitiu diferentes formas, dependendo das regiões em que ocorreu, porém, não perdeu sua característica principal: uma massiva campanha judicial realizada pela Igreja e pela classe dominante contra as mulheres da população rural (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 10). Essa campanha foi assuminda, tanto pela Igreja Católica, como a Protestante e até pelo próprio Estado, tendo um significado religioso, político e sexual. Estima-se que aproximadamente 9 milhões de pessoas foram acusadas, julgadas e mortas neste período, onde mais de 80% eram mulheres, incluindo crianças e moças que haviam “herdado este mal” (MENSCHIK, 1977: 132).

1.1. Quem eram as bruxas

Ao buscarmos uma definição do termo “bruxa” em dicionários, logo pode-se perceber a direta vinculação com uma figura maléfica, feia e perigosa. Neste sentido, também os livros infanto-juvenis costumam descrever histórias onde existe uma fada boa e linda e uma bruxa má e horrível.[1]
Ao analisarmos o contexto histórico da Idade Média, vemos que bruxas eram as parteiras, as enfermeiras e as assistentes. Conheciam e entendiam sobre o emprego de plantas medicinais para curar enfermidades e epidemias nas comunidades em que viviam e, conseqüentemente, eram portadoras de um elevado poder social. Estas mulheres eram, muitas vezes, a única possibilidade de atendimento médico para mulheres e pessoas pobres. Elas foram por um longo período médicas sem título. Aprendiam o ofício umas com as outras e passavam esse conhecimento para suas filhas, vizinhas e amigas.
Segundo afirmam EHERENREICH & ENGLISH (1984, S. 13), as bruxas não surgiram espontaneamente, mas foram fruto de uma campanha de terror realizada pela classe dominante. Poucas dessas mulheres realmente pertenciam à bruxaria, porém, criou-se uma histeria generalizada na população, de forma que muitas das mulheres acusadas passavam a acreditar que eram mesmo bruxas e que possuíam um “pacto com o demônio”.
O estereótipo das bruxas era caracterizado, principalmente, por mulheres de aparência desagradável ou com alguma deficiência física, idosas, mentalmente perturbadas, mas também por mulheres bonitas que haviam ferido o ego de poderosos ou que despertavam desejos em padres celibatários ou homens casados.

1.2. A “caça às bruxas e o “Tribunal da Inquisição”

Com a ascensão da Igreja Católica, o patriarcado imperou, até mesmo porque Jesus era um homem. Neste contexto, tudo o que a mulher tentava realizar, por conta própria, era visto como uma imoralidade (ALAMBERT, Ano II: 7). Os costumes pagãos que adoravam deuses e deusas, passaram a ser considerados uma ameaça. Em 1233, o papa Gregório IX instituiu o Tribunal Católico Romano, conhecido como “Inquisição” ou “Tribunal do Santo Ofício”, que tinha o objetivo de terminar com a heresia e com os que não praticavam o catolicismo. Em 1320 a Igreja declarou oficialmente que a bruxaria e a antiga religião dos pagãos representavam uma ameaça ao cristianismo, iniciando-se assim, lentamente, a perseguição aos hereges.
A “caça às bruxas” coincidiu com grandes mudanças sociais em curso na Europa. A nova conjuntura gerou instabilidade e descentralização no poder da Igreja. Além disso, a Europa foi assolada neste período por muitas guerras, cruzadas, pragas e revoltas camponesas, e se buscava culpados para tudo isso. Sendo assim, nãofoi difícil para a Igreja encontrar motivos para a perseguição das bruxas.
Para reconquistar o centro das atenções e o poder, a Igreja Católica efetivou a conhecida “caça às bruxas”. Com o apoio do Estado, criou tribunais, os chamados “Tribunais da Inquisição” ou “Tribunais do Santo Ofício”, os quais perseguiam, julgavam e condenavam todas as pessoas que representavam algum tipo de ameaça às doutrinas cristãs. As penas variavam entre a prisão temporária até a morte na fogueira. Em 1484 foi publicado pela Igreja Católica o chamado “Malleus Maleficarum”, mais conhecido como “Martelo das Bruxas”. Este livro continha uma lista de requerimentos e indícios para se condenar uma bruxa. Em uma de suas passagens, afirmava claramente, que as mulheres deveriam ser mais visadas neste processo, pois estas seriam, “naturalmente”, mais propensas às feitiçarias (MENSCHIK, 1977: 132 e EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 13).

1. 3. Os “crimes” praticados pelas bruxas
No contexto da “caça às bruxas” havia várias acusações contra as mulheres. As vítimas eram acusadas de praticar crimes sexuais contra os homens, tendo firmado um “pacto como demônio”. Também eram culpadas por se organizarem em grupos – geralmente reuniam-se para trocar conhecimentos acerca de ervas medicinais, conversar sobre problemas comuns ou notícias. Outra acusação levantada contra elas, era de que possuíam “poderes mágicos”, os quais provocavam problemas de saúde na população, problemas espirituais e catástrofes naturais (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 15).
Além disso, o fato dessas mulheres usarem seus conhecimentos para a cura de doenças e epidemias ocorridas em seus povoados, acabou despertando a ira da instituição médica masculina em ascensão, que viu na Inquisição um bom método de eliminar as suas concorrentes econômicas, aliando-se a ela.

1.4. Perseguição e condenação à fogueira
Qualquer pessoa podia ser denunciada ao “Tribunal da Inquisição”. Os suspeitos, em sua grande maioria mulheres, eram presos e considerados culpados até provarem sua inocência. Geralmente, não podiam ser mortos antes de confessarem sua ligação com o demônio. Na busca de provas de culpabilidade ou a confissão do crime, eram utilizados procedimentos de tortura como: raspar os pêlos de todo o corpo em busca de marcas do diabo, que podiam ser verrugas ou sardas; perfuração da língua; imersão em água quente; tortura em rodas; perfuração do corpo da vítima com agulhas, na busca de uma parte indolor do corpo, parte esta que teria sido “tocada pelo diabo”; surras violentas; estupros com objetos cortantes; decapitação dos seios. A intenção era torturar as vítimas até que assinassem confissões preparadas pelos inquisitores. Geralmente, quem sustentava sua inocência, acabava sendo queimada viva. Já as que confessavam, tinham uma morte mais misericordiosa: eram estranguladas antes de serem queimadas. Em alguns países, como Alemanha e França, eram usadas madeiras verdes nas fogueiras para prorrogar o sofrimento das vítimas. E, na Itália e Espanha, as bruxas eram sempre queimadas vivas. Os postos de caçadores de bruxas e informantes eram financeiramente muito rentáveis. Estes, eram pagos pelo Tribunal por condenação ocorrida e os bens dos condenados eram todos confiscados.

O fim da “caça às bruxas” ocorreu somente no século XVIII, sendo que a última fogueira foi acesa em 1782, na Suíça. Porém, a Lei da Igreja Católica que fundou os “Tribunais da Inquisição”, permaneceu em vigor até meados do século XX. A “caça às bruxas” foi, sem dúvida, um processo bem organizado, financiado e realizado conjuntamente pela Igreja e o Estado.[2]

2. O feminismo e o resgate da imagem das bruxas
Diante de tantas mortes de mulheres acusadas por bruxaria durante este período, podemos afirmar que o ocorrido se tratou de um verdadeiro genocídio contra o sexo feminino, com a finalidade de manter o poder da Igreja e punir as mulheres que ousavam manifestar seus conhecimentos médicos, políticos ou religiosos. Existem registros de que, em algumas regiões da Europa a bruxaria era compreendida como uma revolta de camponeses conduzida pelas mulheres (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 12). Nesse contexto político, pode-se citar a camponesa Joana D`arc, que aos 17 anos, em 1429, comandou o exército francês, lutando contra a ocupação inglesa. Esta acabou sendo julgada como feiticeira e herege pela Inquisição e queimada na fogueira antes de completar 20 anos. Diante disso, configurava-se a clara intenção da classe dominante em conter um avanço da atuação destas mulheres e em acabar com seu poder na sociedade, a tal ponto que se utilizava meios de simplesmente exterminá-las.
O feminismo busca resgatar a verdadeira imagem das bruxas em nossa história, analisando não somente os aspectos religiosos, mas também políticos e sociais que envolveram a “caça às bruxas” na Idade Média. No olhar feminista, as bruxas, através de seus conhecimentos medicinais e sua atuação em suas comunidades, exerciam um contra-poder, afrontando o patriarcado e, principalmente, o poder da Igreja. Em verdade, elas nada mais foram do que vítimas do patriarcado (ALAMBERT, Ano II, n° 48: 7). Atualmente, as mulheres ainda continuam sendo discriminadas e duramente criticadas por lutarem pela igualdade de gênero e a divisão do poder social e econômico, que ainda é predominantemente masculino, continuando vítimas do patriarcado. Por isto, as bruxas representam para o movimento feminista não somente resistência, força, coragem, mas também a rebeldia na busca de novos horizontes emancipadores."

Assim, a caça à bruxas esteve a cargo da Sagrada Inquisição, também denominada de Santo Ofício, que não tinha somente essa função dentro do cristianismo, mas buscava ser um instrumento de purificação religiosa.
A Santa Inquisição teve seu início no ano de 1184, em Verona, com o Papa Lúcio III. Em 1198, o Papa Inocêncio III já havia liderado uma cruzada contra os albigenses (hereges do sul da França), promovendo execuções em massa. Em 1229, sob a liderança do Papa Gregório IX, no Concílio de Tolouse, foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício. Em 1252, o Papa Inocêncio IV publicou o documento intitulado Ad Exstirpanda, que foi fundamental na execução do plano de exterminar os hereges. O Ad Exstirpanda foi renovado e reforçado por vários papas nos anos seguintes. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXII) declarou oficialmente que a Bruxaria, e a Antiga Religião dos pagãos constituíam um movimento e uma "ameaça hostil" ao cristianismo.
Os inquisidores, cidadãos encarregados de investigar e denunciar os hereges, eram doutores em Teologia, Direito Canônico e Civil. Inquisidores e informantes eram muito bem pagos. Todos os que testemunhassem contra uma pessoa supostamente herege, recebiam uma parte de suas propriedades e riquezas, caso a vítima fosse condenada.
Os inquisidores deveriam ter no mínimo 40 anos de idade. Sua autoridade era outorgada pelo Papa através de uma bula, que também podia incumbir o poder de nomear os inquisidores a um Cardeal representante, bem como a padres e frades franciscanos e dominicanos. As autoridades civis, sob a ameaça de excomunhão em caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. Camponeses eram incentivados (ludibriados com a promessa de ascenderem ao reino divino ou através de recompensas financeras) a cooperarem com os inquisidores. A caça às Bruxas tornou-se muito lucrativa.
Geralmente as vítimas não conheciam seus acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O processo de acusação, julgamento e execução era rápido, sem formalidades, sem direito à defesa. Ao réu, a única alternativa era confessar e retratar-se, renunciar sua fé e aceitar o domínio e a autoridade da Igreja Católica. Os direitos de liberdade e de livre escolha não eram respeitados. Os acusados eram feitos prisioneiros e, sob tortura, obrigados a confessarem sua condição herética. As mulheres, que eram a maioria, comumente eram vítimas de estupro. A execução era realizada, geralmente, em praça pública sob os olhos de todos os moradores. Punir publicamente era uma forma de coagir e intimidar a população. A vítima podia ser enforcada, decapitada, ou, na maioria das vezes, queimada.
Em 1486 foi publicado um livro chamado Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas - ou Martelo das Malvadas) escrito por dois monges dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger. O Malleus Maleficarum é uma espécie de manual que ensina os inquisidores a reconhecerem as bruxas e seus disfarces, além de identificar seus supostos malefícios, investigá-las e condená-las legalmente. Além disso, também continha instruções detalhadas de como torturar os acusados de bruxaria para que confessassem seus supostos crimes, e uma série de formalidades para a execução dos condenados. Ainda, o tratado afirmava que as mulheres deveriam ser as mais visadas, pois são naturalmente propensas à feitiçaria. O livro foi amplamente usado por supostos "caçadores de bruxas" como uma forma de legitimar suas práticas.
Alguns itens contidos no Malleus Maleficarum que tornavam as pessoas vulneráveis à ação da Santa Inquisição:
Difamação notória por várias pessoas que afirmassem ser o acusado um Bruxo.
Se um Bruxo desse testemunho de que o acusado também era Bruxo.
Se o suspeito fosse filho, irmão, servo, amigo, vizinho ou antigo companheiro de um Bruxo.
Se fosse encontrada a suposta marca do Diabo no suspeito.

As bruxas nos dias de hoje e nos tempos atuais. "A HISTÓRIA DO HALLOWEEN E SEUS DETALHES". (http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/A%20Historia%20do%20Haloween.html)
"A Data de 31 de Outubro é mundialmente conhecida como "O dia das Bruxas ou Halloween", que é uma festa típica que acontece nos países anglo-saxônicos, com especial relevância nos Estados Unidos.Mas de onde surgiu esse misterioso e sinistro costume?"
O Dia das Bruxas (Halloween é o nome original na língua inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxônicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos, sendo que não existe ao certo referências precisas de onde surgiram essas celebrações.
A palavra Halloween tem origem na Igreja católica.
Vem de uma tradição contraída do dia 1 de novembro, o Dia de Todos os Santos, é um dia católico de observância em honra de santos.
Mas, no século V DC, na Irlanda Céltica, o verão oficialmente se concluía em 31 de outubro.
O feriado era Samhain, o Ano novo Céltico. 
Alguns bruxos acreditam que a origem do nome vem da palavra "Hallowinas" - nome dado às guardiãs femininas do saber oculto das terras do norte (Escandinávia).
Mas os estudiosos dizem que a palavra Halloween surgiu da seguinte forma:
O nome é, na realidade, uma versão encurtada de "All Hallows' Even"(Noite de Todos os Santos), a véspera do Dia de Todos os Santos (All Hallows' Day). 
"Hallow" é uma palavra do inglês antigo para "pessoa santa" e o dia de todas as "pessoas santas" é apenas um outro nome para Dia de Todos os Santos, o dia em que os católicos homenageiam todos os santos. Com o tempo, as pessoas passaram a se referir à Noite de Todos os Santos, "All Hallows' Even", como "Hallowe'en", e mais tarde simplesmente "Halloween".
O Halloween marca o fim oficial do verão e o início do ano-novo.
Celebra também o final da terceira e última colheita do ano, o início do armazenamento de provisões para o inverno, o início do período de retorno dos rebanhos do pasto e a renovação de suas leis.
Era uma festa com vários nomes: Samhain (fim de verão), Samhein, La Samon, ou ainda, Festa do Sol.
Mas o que ficou mesmo foi o escocês Hallowe'en. 
Uma das lendas de origem celta fala que os espíritos de todos que morreram ao longo daquele ano voltariam à procura de corpos vivos para possuir e usar pelo próximo ano. Os celtas acreditavam ser a única chance de vida após a morte.
Os celtas acreditaram em todas as leis de espaço e tempo, o que permitia que o mundo dos espíritos se misturassem com o dos vivos.
Como os vivos não queriam ser possuídos, na noite do dia 31 de outubro, apagavam as tochas e fogueiras de suas casa, para que elas se tornassem frias e desagradáveis, colocavam fantasias e ruidosamente desfilavam em torno do bairro, sendo tão destrutivos quanto possível, a fim de assustar os que procuravam corpos para possuir, (Panati). 
Os Romanos adotaram as práticas célticas, mas no primeiro século depois de Cristo, eles as abandonaram.
O Halloween foi levado para os Estados Unidos em 1840, por imigrantes irlandeses que fugiam da fome pela qual seu país passava e passou ser conhecido como o "Dia das Bruxas".
A brincadeira de "doces ou travessuras" é originária de um costume europeu do século IX, chamado de "souling" (almejar).
No dia 2 de novembro, Dia de Todas as Almas (ou Finados aqui no Brasil), os cristãos iam de vila em vila pedindo "soul cakes" (bolos de alma), que eram feitos de pequenos quadrados de pão com groselha. 
Para cada bolo que ganhasse, a pessoa deveria fazer uma oração por um parente morto do doador.
Acreditava-se que as almas permaneciam no limbo por um certo tempo após sua morte e que as orações ajudavam-na a ir para o céu.

A vela na abóbora provavelmente tem sua origem no folclore irlandês.
Um homem chamado Jack, um alcoólatra grosseiro, em um dia 31 de Outubro bebeu excessivamente e o diabo veio levar sua alma. Desesperado, Jack implora por mais um copo de bebida e o diabo concede.
Jack estava sem dinheiro para o último trago e pede ao Diabo que se transformasse em uma moeda. O Diabo concorda.
Mal vê a moeda sobre a mesa, Jack guarda-a na carteira, que tem um fecho em forma de cruz.
Desesperado, o Diabo implora para sair e Jack propõe um trato: libertá-lo em troca de ficar na Terra por mais um ano inteiro.
Sem opção, o Diabo concorda.
Feliz com a oportunidade, Jack resolve mudar seu modo de agir e começa a tratar bem a esposa e os filhos, vai à igreja e faz até caridade.
Mas a mudança não dura muito tempo, não.

No próximo ano, na noite de 31 de outubro, Jack está indo para casa quando o Diabo aparece. Jack, esperto como sempre, convence o diabo a pegar uma maçã de uma árvore.
O diabo aceita e quando sobe no primeiro galho, Jack pega um canivete em seu bolso e desenha uma cruz no tronco.
O diabo promete partir por mais dez anos.
Sem aceitar a proposta, Jack ordena que o diabo nunca mais o aborreça.
O diabo aceita e Jack o liberta da árvore.
Para seu azar, um ano mais tarde, Jack morre, e em seguida tenta entrar no céu, mas sua entrada é negada.
Sem alternativa, vai para o inferno.
Chegando lá, encontra o diabo, o qual ainda desconfiado e se sentindo humilhado, também não permite sua entrada, e como castigo, o diabo joga uma brasa para que Jack possa iluminar seu caminho pelo limbo. Jack põe a brasa dentro de um nabo para que dure mais tempo e sai perambulando.
Devido à esse acontecimento, sua alma penada passa a ser conhecida como Jack O'Lantern (Jack da Lanterna).
Os nabos na Irlanda eram usados como "lanternas do Jack" originalmente, mas quando os imigrantes vieram para a América, eles descobriram que as abóboras eram muito mais abundantes que nabos.
Então começaram à utilizar abóboras iluminadas com uma brasa por dentro ao invés de nabos.
Por isso a tradição de se fazer caricaturas em abóboras e iluminá-las por dentro com uma vela na época de Halloween.
Segundo a lenda, quem presta atenção e consegue ver uma pequena luz fraca na noite de 31 de outubro, é porque conseguiu ver a passagem de Jack procurando uma saída do limbo em que está preso.
PAPEL DAS BRUXAS
As bruxas tem um papel importantíssimo no Halloween.
Não é à toa que o dia 31 de Outubro é conhecida como "Dia das Bruxas" em português.
Segundo várias lendas, as bruxas se reuniam duas vezes por ano durante a mudança das estações: no dia 30 de abril e no dia 31 de outubro.
Segundo conta-se a lenda, chegando em vassouras voadoras, as bruxas participavam de uma festa chefiada pelo próprio Diabo.
Elas jogavam maldições e feitiços em qualquer pessoa, transformavam-se em várias coisas e causavam todo tipo de transtorno. 
Diz-se também que para encontrar uma bruxa era preciso colocar suas roupas do avesso e andar de costas durante a noite de Halloween.
Então, à meia-noite, você veria uma bruxa!

A crença em bruxas chegou aos Estados Unidos com os primeiros colonizadores.
Lá, elas se espalharam e misturaram-se com as histórias de bruxas contadas pelos índios norte-americanos e, mais tarde, com as crenças na magia negra trazidas pelos escravos africanos.
O gato preto é constantemente associado às bruxas devido à lendas, as quais citam que elas podem transformar-se em gatos e também devido à crenças, as quais pregam que os gatos são na realidade espíritos de pessoas mortas.
Muitas superstições estão associadas aos gatos pretos.
Uma das mais conhecidas é a de que se um gato preto cruzar seu caminho, você deve voltar pelo caminho de onde veio, pois se não o fizer, é azar na certa.

A festa de Halloween, na verdade, equivale ao "Dia de Todos os Santos" e o "Dia de Finados", e foi absorvido pela Igreja Católica para apagar os vínculos pagãos, dando origem a festa. Os países de origem hispânica comemoram o Dia dos Mortos e não o Halloween.
No Oriente, a tradição é ligada às crenças populares de cada país.

O Halloween no Brasil é chamado de Dia das Bruxas e sua celebração acontece no dia 31 de outubro.
Acredita-se que na passagem dessa noite as almas saem de seus túmulos e partem pelas ruas amedrontando todos aqueles que estão por perto.
O dia das bruxas se infiltrou em nossas comemorações de forma tímida, pois o Brasil, país que celebra as coisas boas da vida, não se vê em meio a festividade aos mortos.
Apesar de sua pequena influência, pode ser vista em escolas, clubes, casas noturnas e shoppings de várias cidades, mas como dito anteriormente, não adquire força expressiva, já que nem o folclore local é efetivamente comemorado.
Muitos nacionalistas dão créditos à influência do imperialismo cultural americano a vinda do halloween, assim, alguns brasileiros, localizados em São Luiz do Paraitinga (estado de São Paulo), decretou o dia 31 de outubro como o dia oficial do Saci Pererê em protesto à inclusão do Halloween.
A maioria das manifestações critica a posição dos brasileiros em importar a cultura americana, já que o país tem grande diversidade folclórica que não é aproveitada e comemorada.
Apesar de todo o esforço da imprensa em destacar essa festividade norte-americana, os brasileiros não costumam festejar a data.
É uma festa celebrada por poucos.
No Rio de Janeiro as manifestações são caracterizadas por placas espalhadas pela cidade opondo tal prática e ainda em pedido ao retorno das considerações brasileiras, isto é, dar valor e importância às crenças nascidas no país, deixando manifestar o patriotismo dentro de nossa cultura.
Mesmo dessa forma, as festas de Halloween no Brasil tem se tornado comuns, principalmente entre o público jovem, os quais se reunem em clubes privados ou mesmo em salões particulares, promovendos festas a fantasia com motivos de "horror", objetivando comemorar a data considerada como "O Dia das Bruxas".
Devido à realização dessas festas, o comércio de fantasias e motivos voltados à monstros e bruxas tem tido um aumento expressivo no mês de Outubro de cada ano.




Desde 1800, quando os imigrantes irlandeses e escoceses levaram suas festividades de Halloween para a América do Norte, a festa tem se desenvolvido consideravelmente.
A conexão da festa com o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados ficou praticamente deixada de lado, e muitas novas tradições seculares se desenvolveram.
Para as crianças, fantasiar-se e sair pelas casas fazendo a brincadeira do "travessuras ou gostosuras" ainda é o maior evento.

A maioria das famílias nos Estados Unidos e no Canadá participam, mesmo porque não querem correr o risco de pequenos vandalismos.
Muitos adultos se fantasiam e participam com seus filhos de festas a fantasia e concursos. 
Outras atividades de Halloween ocorrem durante o mês todo de outubro.
Estas tradições preservam o espírito de alegria do Samhain diante dos pensamentos assustadores de morte e do sobrenatural.
Os americanos acrescentaram filmes de terror, casas assombradas comunitárias, histórias de fantasmas e quadros espiritualistas.
Cartões e decorações também fazem parte do Halloween.

A festa só perde para o Natal no faturamento total do comércio.
Um outro costume comum do Halloween é recolher dinheiro para a UNICEF (site em inglês), em vez de doces.
Esse costume começou em 1950 no estado da Filadélfia, quando uma turma de uma escola dominical teve a idéia de recolher dinheiro para as crianças necessitadas ao brincar de "travessuras ou gostosuras".
Eles enviaram o dinheiro que conseguiram, cerca de US$ 17,00, para a UNICEF, que foi inspirada pela idéia e começou um programa de "travessuras ou gostosuras", em 1955.

Espanha

Na Espanha, a tradição de se comemorar o Halloween ainda é recente, tendo chegado praticamente por volta do ano 2000.
O marketing feito sobre a sociedade americana cuidou de universalizar esta festa para proporcionar benefícios econômicos em vários setores, como parques temáticos, livros, cinema e até a gastronomia”.
Na Espanha, as s escolas enfeitam o pátio com abóboras e as crianças se fantasiam de “muertos vivientes”, que são os mortos-vivos, além de bruxas e fantasmas.
Assim como nos Estados Unidos, estando as crianças prontas para a festa, saem às ruas para pedir doces e comidas típicas desta época, porém não são todas as pessoas que gostam.
Muitos vizinhos nem sequer abrem as portas, pois se sentem incomodados e acham que tudo não passa de uma grande besteira.
A Espanha é um dos países que ainda mantém a antiga tradição do culto e respeito aos mortos, assim como no Brasil.
Os espanhóis costumam ir ao cemitério para limpar os túmulos e levar flores, como é costume no Brasil no feriado de Finados, em 2 de novembro.
Além disso, o 31 de outubro coincide com a colheita de castanhas e abóboras, na comemoração chamada de “Castanhada”. 

Irlanda

A Irlanda é considerada como o país de origem do Halloween. Nas áreas rurais, as pessoas acedem fogueiras, como os celtas faziam nas origens da festa e as crianças passeiam pelas ruas dizendo o famoso “tricks or treats” (doces ou travessuras).

México

No dia 1º comemora-se o Dia dos Anjinhos, ou Dia dos Santos Inocentes, quando as crianças mortas antes do batismo são relembradas. 
O Dia dos Mortos (El Dia de los Muertos), 2 de novembro, é bastante comemorado no México.
As pessoas oferecem aos mortos aquilo que eles mais gostavam: pratos, bebidas, flores.
Na véspera de Finados, família e amigos enfeitam os túmulos dos cemitérios e as pessoas comem, bebem e conversam, esperando a chegada dos mortos na madrugada. 
Uma tradição bem popular são as caveiras doces, feitas com chocolate, marzipã e açúcar.

Tailândia

Nesse país, existe o festival Phi Ta Khon, comemorado com música e desfiles de máscaras acompanhados pela imagem de Buda.
Segundo a lenda, fantasmas e espíritos andam entre os homens, sendo que a festividade acontece no primeiro dia das festas budistas.

Assim, com esta soma de artigos, tem-se uma explanação geral desde a história das bruxas a partir da religião celta, até as celebrações de hoje que timidamente chegam ao nosso país.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A ATLÂNTIDA DE FATO EXISTIU?

Atlântida e os deuses da Antiguidade, parte 2

Posted by on 29/10/2015
atlantida-vimanaOs deuses da Antiguidade e a Atlântida – Parte 2
A descrição da civilização de Atlântida fornecida por Platão, no livro “Timeo e Crítias”, pode ser assim resumida: 
No princípio dos tempos, os “deuses” dividiram a Terra entre si de acordo com suas respectivas dignidades, poderes e inclinações
Cada um se tornou divindade principal em seu território onde foram erguidos templos, símbolo da grandeza daqueles “deuses“; templos dirigidos por cleros de sacerdotes onde eram realizados rituais, entre os quais, os sacrifícios…
Tradução, edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch
Atlantis and the Gods of Antiquity por Manly P. Hall – “In The Secret Teachings of All Ages”, 1928
Fonte: http://www.sacred-texts.com/eso/sta/sta 07.htm
Primeira parte em: http://thoth3126.com.br/atlantida-e-os-deuses-da-antiguidade/
ATLÂNTIDA é o tema de um artigo curto, mas importante que apareceu no Annual Report of the Board of Regents of The Smithsonian Institution [Relatório Anual do Conselho dos Regentes do Instituto Smithsonian] para o exercício findo agora no distante 30 de junho de 1915.
“A história da Atlântida”, escreve Inácio Donnelly, “é a chave da mitologia grega (e de todos os povos antigos). Não pode haver nenhuma dúvida de que esses deuses da Grécia eram seres humanos. A tendência para anexar atributos divinos para os importantes, antigos e históricos governantes terrestres esta profundamente implantada na consciência da natureza humana.
Uma enorme Pirâmide de Cristal submersa foi recentemente encontrada dentro dos limites do Triângulo da Bermudas, provável local onde ficava grande parte da Atlântida
O mesmo autor sustenta seus pontos de vista, observando que as divindades do panteão grego nem eram vistas como criadores do universo, mas sim como regentes estabelecidos sobre ele pelos seus mais antigos (deuses) e originais fabricantes do universo material. O Jardim do Éden da qual a humanidade foi expulsa por uma espada flamejante é talvez uma alusão ao paraíso terrestre de Atlântida supostamente localizado a oeste das Colunas de Hércules (o atual Estreito de Gibraltar entre a Espanha (Europa) e Gibraltar (África)) e destruído por cataclismos vulcânicos e pelas águas. A lenda do Dilúvio pode ser atribuída também à inundação da própria Atlântida, durante o qual um “mundo” foi destruído pelas águas e pelo fogo (erupções vulcânicas).
Os mistérios e a religião dos Atlantes
Nas profundezas do oceano Atlântico, parece que jazem os restos de um continente. …Por todo o litoral atlântico ─ de ambos os lados do oceano (nas Américas do Sul, Central e Norte e na costa oeste da África e Europa) ─ tribos e nações não conseguiram esquecer a sua existência. …O nome, em grande número de línguas, quase sempre contém os sons A-T-L-N. …
Lembranças de um continente desaparecido parecem ser instintivamente compartilhadas até por animais. …Aves, em suas migrações sazonais da Europa para a América do Sul, ficam circulando por sobre a mesma área do Atlântico, talvez à procura, sem sucesso, do local onde seus distantes ancestrais um dia descansaram.
A raiz ATL também significa água em muitas línguas ancestrais. Também existe a Cordilheira do ATLAS, uma cadeia de montanhas no noroeste da África que se estende por 2.400 km através de Marrocos, da Argélia e da Tunísia, e ainda inclui Gibraltar. O pico mais alto é o Jbel Toubkal, com 4.167 m, localizado no sul de Marrocos. As montanhas do Atlas separam as margens do Mar Mediterrâneo e do oceano Atlântico do deserto do Saara.
Notícia publicada em jornal da Flórida (Sun Sentinel) sobre a descoberta de duas enormes pirâmides de cristal intactas, submersas sob às águas do Mar do Caribe, a profundidade estimada de cerca de 600 metros, em região conhecida como o Triângulo do Diabo (dentro do Triângulo das Bermudas)
Foi o conhecimento religioso, filosófico e científico possuído pelas artimanhas sacerdotais da antiguidade garantidos por Atlântida, cuja submersão obliterou todo vestígio de sua parte no drama do progresso do mundo? A adoração do sol pelos Atlantes tem sido perpetuada no ritualismo e cerimonialismo do catolicismo romano e do mundo pagão (Mitra e os adoradores do fogo da Pérsia). 
Tanto a cruz assim como a serpente eram emblemas da sabedoria divina na Atlântida. O “divino” (Atlante) progenitor dos Maias e Quíchuas da América Central coexistiam dentro do esplendor verde e azul do Gucumatz, a serpente “emplumada”. Os seis sábios nascidos do céu entraram à manifestação na matéria como centros de luz ligados entre si ou sintetizados pelo sétimo – e principal – de sua ordem, a serpente “emplumada”. (Veja o Popol Vuh .)
O título de “asas” ou de serpente “emplumada” foi aplicado a Quetzalcoatl, ou Kukulcan, no início dos povos da América Central. O centro da Religião-Sabedoria de Atlântida  era presumivelmente um grande templo piramidal em pé no topo de um planalto em ascensão no meio da Cidade das Portas Douradas. A partir daqui os Sacerdotes e Iniciados da religião da sagrada serpente saíram, levando as chaves da Sabedoria Universal e da doutrina secreta até os confins da terra.
As mitologias de muitas nações contêm relatos de deuses que “saíram das águas do mar.” Alguns xamãs entre os índios americanos falam de santos homens vestidos de penas e wampum (wampum são contas feitas de conchas de moluscos marinhos, tradicionalmente consideradas sagradas pelas tribos ameríndias da região nordeste do continente noete americano) que emergiram de entre as águas azuis e os instruíram (aos xamãs) nas artes e ofícios dos pássaros.
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Entre as lendas dos caldeus existe uma sobre Oannes, uma criatura anfíbia, metade homem metade peixe, que saiu do mar e ensinou aos povos selvagens ao longo da costa a ler e escrever, cultivar o solo, cultivar ervas para a cura, estudar as estrelas, estabelecer formas racionais de governo, e tornar-se familiarizado com os mistérios sagrados.
Entre os Mayas, Quetzalcoatl, o deus salvador, que surgiu das águas e, depois de instruir as pessoas nos fundamentos da civilização, voltou para o mar em uma jangada de  serpentes magicas para escapar da ira do deus feroz do espelho ardente, Tezcatlipoca. Pode não ter sido estes semideuses de uma época fabulosa que, como Esdras, que saíram do mar, eram sacerdotes da Atlântida? 
Tudo o que o homem primitivo se lembrava dos atlantes era a glória de seus ornamentos de ouro, a transcendência de sua sabedoria, e a santidade de seus símbolos – a cruz e a serpente. Que eles chegaram em navios em sua terras logo foi esquecido, para as mentes ignorantes que consideravam até os barcos como sobrenaturais. Onde quer que os atlantes faziam proselitismo eles erigiram pirâmides e templos padronizados após o grande santuário na cidade das Portas Douradas (a capital de Atlântida, Poseidonis).

Essa seria a origem das pirâmides do Egito, da pirâmides do México e América Central. Os montes na Normandia e Grã-Bretanha, assim como as dos índios norte americanos, seriam remanescentes de uma cultura similar. No meio do programa da colonização e conversão do mundo por Atlântida, os cataclismos que afundaram o continente de Atlantida começou. O clero de sacerdotes iniciados da doutrina de Atlântida que haviam prometido voltar para seus assentamentos missionários nunca mais retornaram, e com a passagem dos séculos a tradição foi preservada apenas como estorias cada vez mais fantásticas “dos deuses” que vieram de um lugar onde somente existe o mar agora.
HP Blavatsky resumiu assim as causas que precipitaram o desastre da Atlântida: “Sob as insinuações do mal do demônio Thevetat, a raça Atlante tornou-se uma nação de magos negros (n.t. – No período bem próximo ao seu afundamento até mesmo sacrifícios humanos foram praticados). Em conseqüência disso, a guerra foi declarada, essa é uma história que levaria muito tempo para ser narrada, a sua substância pode ser encontrada nas alegorias desfiguradas da raça de Caim, os gigantes, e do justo Noé e sua família com o dilúvio. O conflito chegou ao fim pela submersão da Atlântida; que encontra a sua imitação nas histórias da Babilônia e no mosaico de contos mundiais de uma grande inundação global:
 ***os magos e gigantes e toda a carne morreu *** e todo homem e mulher.’
poseidonis-vulcãoExceto Ziuzudra (o herói mítico sumério referido como Utnapishtim pelos babilônicos) e Noé, que são substancialmente idênticos com o grande Pai dos Thlinkithians no livro sagrado Popol Vuh, ou o livro sagrado dos guatemaltecos descendentes dos Maias, que também fala de sua fuga em um grande barco, como o hindu Noé – Vaiswasvata“. (Veja Ísis Sem Véu, de HP Blavastky ).
No RAMAYANA, no Mahabharata e nos Puranas, escritos sagrados muito antigos da ÍNDIA existem referências a Attala ─ a Ilha Branca ─ um continente localizado no oceano ocidental, e a guerra de RAMA contra os demônios Asuras, descrita no Ramayana (o Caminho de Rama) seria a narrativa de um grande conflito que houve entre o reino de Atlântida e o reino de Bharata  (como a ÍNDIA era conhecida naqueles tempos remotos).
Nas Américas Central e do Sul e parte do território do México, os nativos, astecas, se acreditavam originários de Aztlán, uma ilha que para eles situava-se no oceano oriental. A palavra ATL(N) significa água em várias  línguas nativas da África e das Américas. 
A partir dos atlantes o mundo recebeu não só a herança das artes e dos ofícios, filosofias e ciências, a ética e as religiões, mas também a herança de ódio, contenda e perversão. Os atlantes instigaram a primeira guerra, e foi dito que todas as guerras subseqüentes foram travadas em um esforço infrutífero para justificar a primeira e corrigir o erro que causou. Antes que Atlântida afundasse, seus Iniciados  iluminados espiritualmente, que perceberam que a sua pátria estava condenada porque tinha se separado do Caminho da Luz, retirou-se do continente malfadado.
Levando consigo a doutrina secreta e sagrada (cerca de cincoenta anos antes, os filhos da luz começaram a transferir o seu conhecimento de Atlântida para a região do delta do Rio Nilo, dando início ao que viria ser as bases da civilização egípcia dos Faraós) essas atlantes estabeleceram-se no Egito, onde eles se tornaram seus primeiros governantes “divinos”. Quase todos os grandes mitos cosmológicos que formam a base dos vários livros sagrados do mundo baseiam-se nos rituais e doutrina dos mistérios Atlantes mantidos pelos “Filhos da Luz”.
Restos submersos de uma cidade com estruturas piramidais encontrada ao largo da costa de Cuba, também dentro da região do Triângulo das Bermudas
O mito do Deus Sacrificado
O mito de Tammuz e Ishtar é um dos primeiros exemplos da alegoria dos deuses moribundos, provavelmente datando de antes de 4.000 a.C. (Veja Babilônia e Assíria por Lewis Spencer.) A condição imperfeita dos tabletes sobre o qual as lendas estão inscritas torna impossível garantir mais do que um relato fragmentário dos ritos de Tamuz. Sendo o deus esotérico do sol, Tamuz não ocupa uma posição entre os primeiros deuses venerados pelos babilônios, que por falta de conhecimento mais profundo olhavam para ele como um deus da agricultura ou um espírito da vegetação. 
Originalmente, ele foi descrito como sendo um dos guardiões dos portões do submundo. Como muitos outros deuses salvadores, ele é referido como um “pastor” ou “o senhor do trono dos pastores”. Tamuz ocupa a posição de destaque do filho e marido de Ishtar, da deusa-mãe na Babilônia e na Assíria. A deusa Ishtar – a quem o planeta Vênus era consagrado – era a divindade mais venerada do panteão assírio e babilônico. Ela era uma deusa provavelmente idêntica com as deusas Ashtarot, Astarte e Afrodite. A história de sua descida ao inferno em busca  do elixir sagrado, o que por si só poderia restaurar Tammuz à vida é a chave para o ritual de seus mistérios. 
Tammuz, cujo festival anual ocorria pouco antes do solstício de verão, morreu em pleno verão, no antigo mês que levava o seu nome, e era lamentado com cerimônias elaboradas. O modo como le morreu é desconhecido, mas algumas das acusações feitas contra Ishtar por Izdubar (Nimrod) indicaria que ela, pelo menos indiretamente, contribuíu para a sua morte. A ressurreição do deus Tammuz era a ocasião de grande alegria, momento em que ele era saudado como um “redentor e salvador” de seu povo.
Ishtar é a deusa da fertilidade, amor, guerra, do sexo, no oriente semita acadiano, assírio e babilônico. Ela é a contrapartida à deusa suméria mais antiga Inanna, e é o cognato para a deusa semita Aramaica, a deusa Astarte. Mais tarde se transforma em Afrodite na Grécia e depois Vênus em Roma. É a energia divina feminina.
Com as asas abertas, Ishtar, a filha de Sin (a Lua), voa para baixo, para as portas da morte. A casa das trevas – a morada do deus Irkalla – é descrita como “o lugar de onde não se retorna.” É sem luz, é trevas, o alimento dos que nela habitam é poeira e sua comida é lama. Sobre as portas da casa de Irkalla existe poeira dispersa, e os guardas da casa são cobertos com penas, como pássaros.
A deusa Ishtar exige aos guardas para abrir os portões, declarando que se não o fizerem, ela vai quebrar as ombreiras, atacar as dobradiças, derrubar as portas e levantar os devoradores dos seres vivos. Os guardiões dos portões imploram para que ela seja paciente enquanto eles vão ter com a rainha do Hades (o inferno) buscando a permissão para admitir Ishtar, mas apenas da mesma forma como todos os outros que vieram para esta casa infernal. 
Ishtar por isso desce através das sete portas que levam para baixo nas profundezas do submundo. Na primeira porta a grande coroa é removida de sua cabeça, no segundo portão os brincos das orelhas, no terceiro portão o colar de seu pescoço, no quarto portão os ornamentos de seu seio, no quinto portão foi o cinto de sua cintura, no sexto portão as pulseiras de suas mãos e pés, e no sétimo portão o manto que cobre o seu corpo. 
Ishtar protesta quando cada artigo sucessiva de sua indumentária é retirado dela, Bur, um dos guardiões diz a ela que essa é a experiência de todos os que entram no domínio sombrio da morte. Enfurecida ao ver Ishtar em seus domínios, a Senhora do Hades inflige sobre ela todos os tipos de doenças e aprisiona-a no submundo.
Como Ishtar representa o espírito da fertilidade, sua perda impede a maturação das lavouras e o amadurecimento e a manutenção de toda a vida sobre a terra, que fica sob risco..
Neste contexto, a história é paralela à lenda de Perséfone. Os deuses, percebendo que a perda (a corrupção da divina energia feminina) de Ishtar esta desorganizando toda a Natureza, envia um mensageiro para o submundo e exige a sua libertação. A Senhora do Hades é obrigada a cumprir a ordem, e a água da vida é derramada sobre o corpo de Ishtar. Assim curada das enfermidades infligidas, ela refaz seu caminho para o mundo da superfície, através dos sete portões, em cada um dos quais ela é novamente reinvestida com as suas dignidades, representadas pelas peças e artigos de vestuário que os guardiões haviam lhe removido. No registro não esta gravado que Ishtar garantiu a água da vida que mais tarde teria proporcionado a ressurreição de Tammuz.
O mito de Ishtar simboliza a descida do espírito humano através dos sete mundos ou esferas dos planetas sagrados, até que finalmente, privado de seus adornos espirituais, a ALMA humana encarna no corpo físico – o Hades e as suas sete portas (alegoria dos sete chakras do corpo humano)- onde a Senhora (a mente inferior) que domina o corpo inflige todas as formas de sofrimento e miséria sobre a consciência aprisionada. As águas da vida – a doutrina secreta que liberta a alma aprisionada – desenvolve a sabedoria e cura todas as doenças da ignorância, que causam a corrupção do espírito, ascendendo novamente à sua fonte divina, e assim recupera os seus adornos dados por Deus, a fonte de onde se origina, na medida que ascende novamente sobre e através dos anéis dos SETE planetas.
Outro mistério ritual entre os babilônios e assírios era o de Merodach e o dragão. Merodach, o criador do universo inferior, mata um monstro horrível e de seu corpo forma todo o universo. Aqui está a fonte provável da conhecida alegoria católica de São Jorge e o Dragão.
Os Mistérios de Adonis , ou Adoni , eram comemorados anualmente em muitas partes do Egito, Fenícia e Biblos. O nome Adonis , ou Adoni , significa “Senhor” e era uma designação aplicada ao deus sol e depois foi emprestado (entre tantas outras tradições) pelos judeus como o nome exotérico do seu Deus e chamado de ADONAI. Esmirna, mãe de Adonis, foi transformado em uma árvore pelos deuses e depois de um tempo, a casca se abriu e a criança, o Salvador nasceu. 
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De acordo com um relato, ele foi libertado por um javali selvagem que dividiu a madeira da árvore materna com as suas presas. Adonis nasceu à meia-noite do dia 24 de dezembro, e através de sua morte infeliz um rito de mistérios foi estabelecido que operou a salvação de seu povo. No mês judaico de Tammuz (outro nome para esta divindade, Adonis), ele foi ferido até a morte por um javali enviado pelo Deus Ars (Marte). As Adoniasmos eram as cerimônias que ocorriam para lamentar a morte prematura do deus assassinado.
Em Ezequiel VIII, 14, está escrito que as mulheres choravam por Tamuz (Adonis) no portão norte da Casa do Senhor em Jerusalém. Sir James George Frazer cita Jeronimo assim:
“Ele nos diz que Belém, berço tradicional do Senhor, foi posta à sombra de um bosque dedicado ao velho Senhor sírio, Adonis, e que, quando o menino Jesus ali chorou, o amante de Vênus foi lá e se lamentou. ” (Veja The Golden Bough .)
A efígie de um javali selvagem é dito ter sido entalhada sobre uma das portas de Jerusalém em honra de Adonis, e seus ritos celebrados na gruta da Natividade, em Belém. Adonis como o homem “ferido” (ou “deus”) é uma das chaves para o uso do “javali” por Sir Francis Bacon em sua obra, em seu simbolismo esotérico e enigmático.

{n.t.:  Nos registros de um antiquíssimo Templo budista em LHASA, no TIBETE, há para ser visto uma antiga inscrição caldeia inscrita cerca de 2.000 anos a.C. (ou mais antiga ainda…) onde se pode ler:
Quando a estrela Baal caiu sobre o lugar onde agora é só mar e céu, -Atlântida – as sete cidades com suas portas de ouro e seus templos transparentes tremeram e balançaram como as folhas de uma árvore na tempestade. E eis que um dilúvio de fogo e fumaça surgiu a partir dos palácios, a agonia e os gritos da multidão preencheram o ar. Eles procuraram refúgio em seus templos e cidadelas e o sábio Mu, o hierático sacerdote de Ra-Mu, se levantou e lhes disse:
“Será que eu não previ tudo isso”?
E as mulheres e os homens em suas roupas brilhantes e pedras preciosas se lamentavam:
“Mu, salve-nos.”
E Mu respondeu:
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“Vocês morrerão junto com os seus escravos e suas riquezas materiais e de suas cinzas surgirão novas nações (nossa atual “civilização”)E se eles também se esquecerem que são superiores, não por causa do que eles usam ou possuem, mas do ( bem e a Luz) que eles colocarem para fora de si mesmos, A MESMA SORTE VAI CAIR SOBRE ELES!”
As chamas e o fumo sufocaram as palavras de Mu. A terra das sete cidades e seus habitantes foram despedaçados e engolidos para as profundezas do oceano revolto em poucos dias”.Parte 2 de 3. Continua…

Deus é a Verdade e a Luz é Sua sombra.  Platão

Mais informações sobre Atlântida em:
  1. http://thoth3126.com.br/as-tabuas-de-esmeralda-de-thoth-o-rei-sacerdote-de-atlantida/
  2. http://thoth3126.com.br/uma-vida-em-atlantida/
  3. http://thoth3126.com.br/atlantida-restos-de-uma-imensa-cidade-encontrada-na-costa-de-cuba/
  4. http://thoth3126.com.br/atlantida-triangulo-das-bermudas/
  5. http://thoth3126.com.br/a-historia-secreta-do-planeta-terra/
  6. http://thoth3126.com.br/atlantida-o-continente-perdido/
  7. http://thoth3126.com.br/bimini-road-atlantida-misterios-nao-resolvidos-do-mundo/
  8. http://thoth3126.com.br/atlantida-um-habitante-de-dois-planetas-xi/
  9. http://thoth3126.com.br/o-misterio-do-triangulo-das-bermudas/
  10. http://thoth3126.com.br/atlantida-um-habitante-de-dois-planetas/
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